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Histórias da Bola
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A BOLA E O PODER

Arquivo Geral

18/10/2016 17h03

Atualizada 26/10/2016 15h56

1 – Poucos dias depois de conquistar o título de campeão brasileiro da Série B-2004, com 3 x 2 Bahia, em um sábado, na velha Fonte Nova, em Salvador, o time do Brasiliense foi ao Palácio do Buriti, receber a taça e as medalhas levadas pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira. Isso não deveria ter ocorrido em um estádio de futebol? Mas não foi. Presente, também, estavam o presidente da Federação Metropolitana de Futebol, Fábio Simão, e Secretário de Esportes do DF, Weber Magalhães. No meio dos discursos, o governador do DF, Joaquim Roriz, profetizou: “Tenho a certeza de que algum jogador desse time estará na Seleção Brasileira disputando a Copa do Mundo de 2006”. Aproveitando o entusiasmo do governador, o presidente do Brasiliense, Luís Estevão, disse que seriam necessários R$ 6 milhões para atualizar o Estádio Serejão, onde o Jacaré mandaria os seus jogos da Segundona. Imediatamente, Roriz pediu ao seu Secretário de Fazenda. Valdivino de Oliveira, para dar uma força ao futebol candango, a fim, também, de Brasília sediar um jogo das Eliminatórias para o Mundial do ano seguinte. Era 14 de dezembro de 2004 e Roriz cumpriu a sua parte. Mas os atletas do Brasilense não. Ninguém teve, ao menos, o nome aventado para uma convocação ao time canarinho. Roriz nunca mais previu nada para o futebol candango!

2 – No dia 26 de maio de 1994, a Seleção Brasileira embarcou, dos Estados Unidos, para Brasília, a fim de vir apresentar o caneco de campeã mundial de futebol (pela quarta vez) ao presidente Itamar Franco. Quem estava no poder, logo o chamou de “presidente pé quente”. Em 26 de maio de 2010, o time canarinho pegou um avião, às 15h45, em Curitiba, e veio a Brasília se despedir do presidente Luís Inácio Lula da Silva, a caminho do Mundial da África do Sul. A rapaziada ficou por aqui até as 17. Em frente ao Palácio da Alvorada, a equipe do técnico Dunga, que veio em 1994, como jogador, posou para foto, juntamente com o presidente da República, a primeira dama, Marisa Letícia (usando a camisa do escrete canarinho), o presidente da CBF, Ricardo Teixeira e todos os demais membros do selecionado. Durante o Mundial-2010, o Brasil foi eliminado, pela Holanda. Os políticos que estavam fora do poder chamaram Lula de “presidente pé frio”.

3 – Em 1958, a Seleção Brasileira de futebol ganhou a sua primeira Copa do Mundo. O presidente da República era Juscelino Kubitscheck, torcedor do América Mineira, mas que se dizia atleticano, porque o “Galo” era o time do povão, em Minas Gerais. No Rio de Janeiro, a vitrine do futebol nacional, o JK se dizia botafoguense. Mas ia ao Maracanã torcer pelo Flamengo, o time do povão carioca.

4 – Em 1962, o escrete brasileiro voltou do Chile bicampeão mundial. O presidente da República era João Goulart, que fora um bom zagueiro do time juvenil do Internacional. Segundo a “Revista do Esporte”, do grupo da “Revista do Rádio”, no futebol carioca, o Jango torcia pelo Botafogo, o time de Garrincha, Didi, Nilton Santos e Zagallo, que sacudia a torcida (e o eleitorado nacional) e foi bicampeão carioca.

5 – Em 1970, Pelé, Gérson, Rivellino, Tostão, Clodoaldo e Jairzinho, entre outras feras, foram ao México trazer a Taça Jules Rimet, em definitivo, para o Brasil. Foi a glória, o chamado “tri”. O presidente da República era o general Emílio Garrastazu Médici, torcedor do Grêmio Porto-Alegrense, em sua terra. No Rio de Janeiro, ele dizia-se flamenguista.

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