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Cinema com ela
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“Entre Mulheres” mostra o poder da fala em longa necessário de Sarah Polley

Produzido por Frances McDormand e Brad Pitt e protagonizado por Claire Foy, Rooney Mara e Jessie Buckley, o longa estreia nesta quinta (2)

Tamires Rodrigues

02/03/2023 5h00

Atualizada 01/03/2023 17h20

Foto: Divulgação/Universal Pictures

O longa “Entre Mulheres”, da diretora Sarah Polley, é uma adaptação do romance de Miriam Toews lançado em 2018. Logo no início do filme, uma frase chama atenção: “O que se segue é um ato de imaginação feminina”. O que essa citação da própria autora significa?

A história se passa nos dias atuais de uma colônia religiosa afastada da tecnologia e da sociedade. Essa imaginação feminina poderia claramente explicar como essas mulheres viveram anos de ataques sexuais com drogas que eram explicados pelos anciãos como supostos fantasmas, demônios ou a loucura do sexo feminino. Devido aos assédios, elas acabavam ficando grávidas, machucadas ou até mortas. Um retrato extremamente atual, mesmo sob um olhar mais antigo. “Entre Mulheres” estreia nesta quinta-feira (2).

Em 2010, as mulheres da comunidade isolada seguem a religião da igreja Menonita e acabam descobrindo um segredo chocante sobre os homens da comunidade que controlavam as vidas e a fé de todas. Eles usaram drogas para estuprar as vítimas, inclusive crianças, durante várias noites e por muitos anos. O resultado era gravidez ou morte. É tradição da comunidade menonita manter a mulher sem escolaridade, com o objetivo de ajudá-la a ser totalmente subserviente aos membros masculinos e suas necessidades. Quando finalmente os agressores são capturados e levados sob custódia, as moças têm um breve momento para imaginar um futuro longe dali.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

A trama do filme descreve de uma forma mais imaginária os eventos reais que aconteceram na Bolívia entre 2005 e 2009 em uma comunidade religiosa da vertente do cristianismo evangélico menonita. Mulheres e meninas eram drogadas, espancadas e estrupadas por homens que diziam que esses ataques eram realizados por fantasmas e demônios.

Sarah Polley, além de dirigir, também adaptou o roteiro. Durante um noite de ataques uma adolescente consegue finalmente ver o que realmente acontecia com as mulheres de sua comunidade, e um homem acaba sendo preso e revelando outros nomes. Durante o dia, enquanto eles esperam o valor da fiança, as mulheres da colônia expressam pela primeira vez suas vontades. Elas conversam, debatem, brigam… juntas elas escolhem três opções para suas vidas: não fazer nada, ficar e enfrentar os homens ou fugir. Nesse ponto do filme fica claro que Polley quis mostrar que se trata de um problema real representado na tela. A primeira opção não ganha força, então era fugir ou lutar.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Todas as falas retratadas no longa são de mulheres que passaram por alguma agressão. As personagens de “Entre Mulheres” mostram o medo e a vontade de se vingar e seguir em frente mesmo com as agressões.

As atuações de todas as atrizes estão sublimes. Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley, Frances McDormand, Judith Ivey, Sheila McCarthy e Michelle McLeod, conseguem passar todo o drama de mulheres que são violentadas. Outro ponto forte é a trilha sonora, que está surpreendente.

Foto: Divulgação/Universal Pictures
Conclusão

Sarah Polley entrega um longa delicado e muito forte. “Entre Mulheres” cria um debate que faz com que nada entre elas seja esquecido e que o público pense ainda mais sobre a violência contra a mulher. 

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Sarah Polley;

Roteiro: Sarah Polley;

??Elenco: Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley, Frances McDormand, Judith Ivey, Sheila McCarthy e Michelle McLeod;

Gênero: Drama;

Distribuição: Universal Pictures;

Duração: 104 minutos;

Classificação Indicativa: 12 anos;

Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

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