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Os times de futebol da Argentina comem sardinha e arrotam caviar

Mesmo com a impressionante disparidade financeira em relação ao Brasil, os ‘hermanos’ continuam marrentos pra caramba

Marcondes Brito

16/04/2024 6h46

Reprodução/Instagram

Na semana que passou, Andrés Fassi, presidente do Talleres, de Córdoba, time da Primeira Divisão argentina, fez um desabafo surpreendente, após almoçar com dirigentes do São Paulo FC:

“Eles (os cartolas do Tricolor paulista) não acreditaram que um time da Primeira Divisão da Argentina recebe apenas 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10,2 milhões) por direitos televisivos”, revelou.

O presidente do Talleres sabe que um time de prateleira B que menos recebe no Brasil ganha 30 milhões de dólares (quase R$ 154 milhões). Já um time de prateleira A recebe em média US$ 75 milhões (R$ 385 milhões).

“São diferenças abismais”- emendou o sr Andrés Fassi. “Temos que quadruplicar ou quintuplicar o que recebemos hoje. É um trabalho que devemos realizar em conjunto – todos os clubes argentinos. Se não fizermos isso ficaremos para atrás em tudo”, admitiu.

Não por acaso, o Brasil vem mantendo uma impressionante superioridade em torneios da Conmebol, especialmente na Copa Libertadores da América. Pela primeira vez na história do torneio, clubes do mesmo país venceram cinco vezes consecutivas o campeonato. E a supremacia brasileira incomoda e desafia os argentinos.

Nos últimos cinco anos, foram dois títulos do Palmeiras, dois do Flamengo e um do Fluminense. Isso nunca havia acontecido na história da “Liberta”. Em três das últimas cinco edições da competição, a final contou com dois times do Brasil: Palmeiras 1 x 0 Santos (2020); Palmeiras 2 x 1 Flamengo (2021); e Flamengo 1 x 0 Athletico-PR (2022).

Não somos o Primeiro Mundo

Mas, em que pese essa discrepância entre os valores recebidos por clubes brasileiros e argentinos, é preciso dizer que o Primeiro Mundo do Futebol não é aqui. Muito pelo contrário.

Apesar de ser a maior fonte de receita para as equipes, a cifra representou só 2,8% dos diretos de TV globais no ano passado, que somaram R$ 108 bilhões nas grandes ligas. 

Ou seja, aqui no Brasil, a grana total repassada pelas emissoras para os clubes foi de R$ 3 bilhões. Se compararmos, por exemplo, com a multibilionária Premier League, a diferença é significativa. Lá na Inglaterra os clubes faturaram das TVs quase R$ 20 bilhões.

Seguindo nesse “ranking financeiro” das  TVs, as outras ligas que estão à nossa frente são Espanha (R$ 11,2 bilhões), Alemanha (R$ 8,4 bilhões), Itália (R$ 6,1 bilhões) e França (3,9 bilhões).

E a Argentina? Bom, os ‘hermanos’ estão numa espécie de  “zona de rebaixamento” nessa hipotética competição. E, pra falar a verdade, eu não tenho pena deles, não. 

Os ‘hermanos’ são marrentos pra caramba. Sabe aquele tipo de gente que come sardinha e arrota caviar? São eles.

A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta terça-feira (16/4).


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