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Educar é ação
Educar é ação

Entrevista sobre Educação com Bolívia Zica

Philip Ferreira

14/06/2020 11h20

JB – O que é Educação para você, Bolívia?

Bolívia – Educação é uma coisa que está em falta em todos os sentidos. Desde a formação de pessoas, profissionais e seres humanos, até aquela educação que a gente aprende com os pais quando crianças em relação ao mundo. Acho que há muito tempo se caiu em desuso no Brasil devido ao fato que ninguém investe como se deveria em educação, porque só assim conseguiríamos a médio e longo prazo mudar alguma coisa.

JB – Quais as primeiras memórias e lembranças que você tem da escola?  

Bolívia – A primeira lembrança não é a que eu tenho, mas é a que os meus pais têm do meu primeiro dia de aula, aquela criancinha pequena onde os pais ficam emocionados em deixar os filhos pela primeira vez na escola. Eu tinha 2 anos e peguei na mão da professora e disse que eles poderiam ir embora. Já mostrei que era uma pessoa independente. Estudei em um colégio bacana no primário, mas antes de chegar nessa escola, eu passei por um colégio de freiras e no meio do ano a freira superior chamou meus pais e disse a eles que eu não tinha o perfil para permanecer naquela escola. Minha mãe disse: “tudo bem! Mas agora no meio do ano não! Espera terminar o ano!”Eu não vou mentir! Tive alguns problemas disciplinares na escola! Possuía uma ficha criminal gigantesca porque eu gostava de zoar na classe, gostava de conversar, fazer piadas. Eu fazia a lição mais rápido e depois ficava entediado, e como era hiperativo eu ficava enchendo o saco dos colegas. Ao longo dos anos eu recebi umas 12 “cartinhas” de expulsão! Só que não conseguiam me mandar embora porque minhas notas eram boas. Não sei se é um bom exemplo, mas já que me perguntou! Eu jamais colocaria meus filhos nessa escola. Era hiper conservadora e não tinha uma árvore! Não é o tipo de educação que eu acredito. Quanto mais você reprime e com professores antigos e autoritários causa um tumulto até involuntário para confrontar.

JB – O que você traz hoje da Educação que recebeu?

Bolívia – Eu sou jornalista, e no meu segundo ano de faculdade tive o interesse em cursar publicidade. Eu gosto de escrever, gosto de histórias e por isso o jornalismo foi um ponto de interesse pessoal. Como também gosto de criar, comecei publicidade à noite! Depois eu arrumei um estágio na Gazeta Esportiva e tive que trancar publicidade. Me formei em jornalismo e fiz alguns cursos de fotografia. Em Barcelona fiz curso de documentário da Academia de Cinema. Eu nunca me vi como um profissional exclusivo de uma única área. Trabalhei em revistas, jornais, em sites, assessoria de imprensa, revisor…depois eu enchi o saco de jornalismo e fui ser redator em uma agência por 3 anos. De lá eu fui para a TV, onde trabalhei no programa C.Q.C. Esse passeio por várias áreas da comunicação, ao contrário do que muitos jovens acreditam, te torna um profissional mais completo.

JB – Como você vê o cenário atual da educação?

Bolívia – É difícil… a gente sabe que o Brasil não é um país que investe na educação. A possibilidade de ser uma estratégia para manter o povo desinformado e alienado para continuar manipulando não pode ser descartada. A complicado acreditar no Brasil tenho esse viés negativo. Eu não sei até que ponto é interessante para eles (governo) formarem cidadãos mais conscientes.

JB – Sobre a questão de professores que estão sendo acusados de “doutrinação”, você acha que isso é possível?

Bolívia – Qualquer coisa que envolve ideologia é algo voltado para a manipulação de opinião. Eles falam sobre manipulação, só que o que eles estão fazendo é manipular conforme os interesses. Quando falar que o professo de história mentiu sobre a ditatura, que ela foi ótima e só foi perseguido quem era vagabundo e queriam transformar o Brasil em uma Cuba. Estão desconstruindo uma história com a ideologia deles. Quando eu ouço isso eu até prefiro mudar de canal ou de aposento, pois me dá uma certa azia, se é que me entende.

JB – Para finalizar cite uma referência na educação, Bolívia.

Bolívia – Duas pessoas que são referências pessoais no ramo da educação é a senhora minha mãe que é professora e a minha irmã, que também é professora! Mas quando se fala de educação não tem como não citar o Paulo Freire!

JB – Mande uma mensagem positiva para os estudantes, Bolívia.

Bolívia – Busquem conhecimento! Você que está estudando, aproveita!! Depois você irá se arrepender de não ter aproveitado como deveria!

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