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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Trumpistas brasileiros ficam quietinhos

A esta altura, já desistiram de concorrer quase todos os rivais republicanos de Trump. O mais forte deles, o governador De Santis, foi o mais recente

Eduardo Brito

24/01/2024 18h42

Apoiadores de Trump durante comício do ex-presidente em Houston, no Texas, nesta quinta (2) – Getty Images via AFP

Por falar em sucessão, os parlamentares empenhados na defesa de Donald Trump no Brasil, ficaram quietinhos nesta quarta-feira, 23. Até a deputada brasiliense Bia Kicis, uma das mais empenhadas no retorno de Trump ao poder, evitou comentários. E tudo isso apesar de nova vitória do ex-presidente em uma eleição primária.

Mas há uma explicação. Não só a vitória ocorreu por margem muito menor que a esperada como deu sinais de que podem surgir problemas imprevistos na tentativa de retorno. Tudo isso ocorreu nas prévias do pequeno estado de New Hampshire, a primeira eleição primária para valer e considerada um termômetro respeitável.

A esta altura, já desistiram de concorrer quase todos os rivais republicanos de Trump. O mais forte deles, o governador De Santis, foi o mais recente. Sobrou apenas a ex-governadora Nikki Haley, apontada como peso leve.

A questão é que se acreditava, com todos os motivos, que Trump esmagaria Nikki. A previsão é que ficaria ao menos 30% à frente. Na hora em que se abriram as urnas, a diferença ficou em modestos 10%. Trump levou 12 delegados à convenção e Nikki ficou com nove.

Problema está na estratégia

A questão que se coloca para Trump é a dos votos independentes. O ex-presidente estabeleceu um sólido controle sobre o Partido Republicano, mas à custa de explorar o que existe de mais direitista na política norte-americana.

Por exemplo, apela abertamente aos supremacistas brancos, aos evangélicos ultraconservadores, aos anti-aborto, aos isolacionistas, aos partidários de regimes ditatoriais como o russo. Os republicanos mais moderados ou se conformam com isso ou se aliam aos eleitores independentes, como aconteceu na vitória de Biden quando Trump tentou se reeleger. A pequena Nikki Haley não aparentava ter como resistir a isso.

Governara a Carolina do Sul, pequeno estado de maioria racista, é filha de imigrantes indianos e fora embaixadora nomeada pelo próprio Trump. No último momento, porém, Nikki deu uma guinada de rumo, apelou aos independentes e prometeu continuar a enfrentar Trump. Mandou até um recado malcriado: “a batalha ‘está longe de terminar”. Vai acabar perdendo, claro, mas se os independentes criarem coragem, Trump terá um problemão pela frente.

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