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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Supremo será alvo na semana que vem

São previstas 3 horas para leitura do texto e mais 15 minutos de discussão para cada um dos deputados titulares e 10 minutos para os suplentes

Eduardo Brito

16/11/2023 23h51

O presidente da CPI da Câmara Legislativa sobre os atos antidemocráticos, Chico Vigilante, marcou a leitura do relatório final para o dia 29 de novembro, quarta-feira.

“A partir das 9h, no Plenário, daremos início a essa importante etapa, que será conduzida com todo o profissionalismo que o assunto merece”, prometeu o distrital.

Para ele, “aguardamos ansiosamente por esse momento, e nele a verdade será exposta e a justiça prevalecerá”.

O parecer será votado pela tarde do mesmo dia, após o almoço. São previstas 3 horas para leitura do texto e mais 15 minutos de discussão para cada um dos deputados titulares e 10 minutos para os suplentes.

Coronel diz que PM não quis ajudar em golpe

No último depoimento, a CPI recebeu nesta quinta-feira, 16, o coronel Reginaldo Leitão, que comandava o Centro de inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal no dia da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, 12 de dezembro, e no dia dos ataques às sedes dos três poderes em 8 de janeiro.

Ele que não acredita que os PMs presos tenham agido de maneira intencional para facilitar a invasão da Praça dos Três Poderes.

Só para lembrar, o Reginaldo Leitão é da mesma turma de formação dos coronéis Jorge Eduardo Naime, Fábio Augusto, Klepter Rosa e Paulo José, hoje todos presos. O coronel negou que tenha ocorrido um “apagão nas forças policiais”, como chegou a ser dito à época, mas assumiu que houve falhas por parte da PM.

“Eu acredito que sim, houve uma falha nossa e essa falha tem que ser estudada, os gestores têm que identificar quais foram os erros cometidos de posicionamento de tropa e de efetivo para que isso nunca se repita”, afirmou Leitão.

Ele afirmou que todas as informações obtidas pela inteligência sobre os acampamentos em frente ao QG do exército foram repassadas ao comando da Polícia Militar e Polícia Civil e também ao Supremo Tribunal Federal.

Questionado em diversos momentos sobre como a inteligência avaliava o potencial de risco dos manifestantes acampados, o militar afirmou que o movimento apresentava baixa adesão após a posse do presidente Lula e que o número de pessoas teria passado de 2 mil para 150 em alguns dias.

Ele admitiu, no entanto, que já nas vésperas do dia 8 as coisas mudaram repentinamente, pois a inteligência identificou uma leva de manifestantes se dirigindo de ônibus à capital. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) davam conta da chegada de cerca de 150 ônibus e essa movimentação reascendeu um alerta.

Ele afirmou ainda que, entre os dias 7 e 8, foram enviadas 837 mensagens sobre o crescimento do movimento.

“A gente realmente percebia uma agressividade crescente, mas não tínhamos noção de que aconteceria a desgraça que aconteceu no dia 8”, afirmou.

O fato de militares terem sido colocados de sobreaviso e não de prontidão justamente no dia dos ataques foi alvo de críticas de Chico Vigilante e segundo Leitão, a ordem de colocá-los de sobreaviso, e não de prontidão, partiu do coronel Klepter Rosa, também ouvido pela CPI.

O depoente ainda criticou a forma como o comando de inteligência da PM/DF se comunica com os demais órgãos. Ele disse que as informações circulam pelo WhatsApp. “Não deveria ser, deveria ser uma fonte mais segura de informação”, pontuou.

Bolas de gude

Ainda sobre as operações de enfrentamento no dia 8/1, o coronel contou que parte dos manifestantes utilizavam variados tipos de armas, como bolas de gude, estilingue e máquinas de choque.

A fala foi utilizada pelo distrital Thiago Manzoni para alegar que os manifestantes não pretendiam dar um golpe de estado, como é frequentemente mencionado na CPI.

“Ninguém dá golpe de estado com bolas de gude e estilingue”, afirmou. O distrital argumentou que a postura dos invasores é muito semelhante à de grupos denominados “Black Blocs” e chegou a falar que as invasões de janeiro podem ter sido praticadas por esse grupo, que seriam “infiltrados” ligados à esquerda.

 

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