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Do Alto da Torre
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Reajuste do time da segurança causa atrito

Ao ser perguntado sobre o reajuste para policiais, o ministro não achou nada melhor para responder do que a frase “Deus proverá”

Eduardo Brito

15/02/2023 19h12

Foto: Divulgação/Senado

Pintou um climão entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o senador brasiliense Izalci Lucas. Tudo por conta de um deboche feito pelo ministro sobre o reajuste para policiais.

Ao ser perguntado sobre o reajuste para policiais, o ministro não achou nada melhor para responder do que a frase “Deus proverá”. A ironia de Dino não caiu bem no parlamento.

Izalci disse que a fala do ministro lhe trouxe muita preocupação, pois “mostrou não só desconhecimento da situação como também foi desrespeitoso com a categoria e com os cristãos brasileiros”.

Afinal, acrescentou, “Flávio Dino sabe perfeitamente que cabe ao Governo Federal a solução desse problema que há muito se arrasta”.

Sempre correu a ideia de que os policiais militares do Distrito Federal tinham a melhor remuneração do País, mas Izalci mostrou que não é assim: os soldados estão em oitavo lugar de remuneração, os cabos em quarto lugar, os 1º tenentes e capitães em 11º lugar, os coronéis em 19º lugar.

E, cita o senador, de acordo com a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária, dentre 20 (vinte) unidades da federação que informaram valores, os delegados de Polícia Civil do DF ocupam o penúltimo lugar em salários.

Efetivos estão baixos

O problema das corporações de segurança do Distrito Federal, diz Izalci Lucas, não se limita aos vencimentos. De acordo com a previsão em Lei, o efetivo da PM no DF deveria ser de 18.673 policiais militares, mas hoje, a Polícia Militar trabalha com 10.582 policiais.

Desses, 7.800 estão nas ruas, os demais estão em atividade-meio e cerca de 800 afastados por problemas de saúde.

“Além disso”, completa, “o trabalho voluntário remunerado daqueles que já estão na reserva não é atrativo porque a tributação em cima da remuneração é muito alta e, inclusive, aprovei um projeto no Senado que permite a designação de policiais e bombeiros militares da reserva remunerada para a realização de atividades fins das corporações, em caráter voluntário e temporário, recebendo 30% dos provimentos para voltarem a ativa”.

Isso aumenta imediatamente o contingente. Só que agora o projeto aguarda relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Na Polícia Civil, diz Izalci, “a situação também é bem ruim, pois de acordo com a lei deveríamos ter 8.969 servidores, entre delegados, agentes e demais profissionais da área, mas na ativa temos apenas 3.864”.

No Corpo de Bombeiros “deveríamos de 9.703, mas contamos apenas com 6.141, sem falar que nesse total temos, em todas as forças, policiais que exercem as atividades-meio e também os que estão afastados por doenças”.

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