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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Novo round sobre o registro de Paulo Octávio

O desembargador comunicou ao Ministério Público a “notícia de inelegibilidade” e fixou prazo de uma semana para Paulo Octávio se manifestar sobre as acusações

Eduardo Brito

30/08/2022 5h00

Atualizada 29/08/2022 23h44

Foto: Divulgação

O desembargador eleitoral Renato Gustavo Alves Correia intimou o ex-senador Paulo Octávio a prestar informações sobre o pedido de impugnação de sua candidatura ao Buriti feito pela coligação que apoia a reeleição do governador Ibaneis Rocha. No relatório feito pelo desembargador ao decidir, reproduziu alegação feito pela campanha de que a candidatura é “claramente inviável”. Além disso, o desembargador comunicou ao Ministério Público a “notícia de inelegibilidade” e fixou prazo de uma semana para Paulo Octávio se manifestar sobre as acusações, além de fornecer informações sobre os cinco contratos com o Governo do Distrito Federal que comprovariam sua permanência na gestão de empresas e, em consequência, de sua inelegibilidade.

Acusação “rasteira”

A campanha de Paulo Octávio afirma que o ato constitui apenas “um despacho regular determinando a citação para manifestação”. A decisão, “em verdade, retrata o trâmite natural do processo eleitoral, não significando qualquer surpresa em relação a sua condução que, ao final, certamente afastará a irresponsável e rasteira impugnação apresentada”, completam os advogados do ex-senador. Enquanto isso, Paulo Octávio mantém as atividades de campanha. Arriscou, por exemplo, umas pedaladas ao lado do filho, André Kubitschek, candidato a deputado federal pelo PSD. Eles estiveram em evento organizado pelo grupo Pedal Mangueiral. Fizeram ainda panfletagem nesta segunda-feira, 29, na Rodoviária.

Herança de Reguffe

Até agora o senador José Antonio Reguffe, escanteado das eleições por uma trairagem do União Brasil, manteve-se em obsequioso silêncio a respeito de quem apoiará na campanha. Se é que apoiará alguém. Circulam já algumas mensagens, gravadas anteriormente, com fotos dele a eleições proporcionais. Mas já existem fortes candidatos a herdeiros temporários de seu patrimônio político. É o caso do advogado Paulo Roque, escalado para ser senador na chapa de Reguffe ao Buriti, que passou a disputar vaga de deputado federal. Ao anunciar sua intenção de aprovar emenda constitucional – já existente, de número 333 de 2017 – para acabar com o foro privilegiado de autoridades, Paulo Roque invocou justamente a imagem de Reguffe. “Vou continuar a defender o que Reguffe sempre defendeu: ética, transparência e conexão com os direitos do cidadão”, afirmou Paulo Roque.

Quem mais fala em Bolsonaro

Corria comício de lançamento de Jaqueline Silva como candidata a distrital, Santa Maria, e era absoluto o silêncio sobre a candidatura de Bolsonaro. Assim ficou até a chegada da candidata ao Senado pelo Republicanos, Damares Alves já no final do evento. Ela subiu no palanque, pediu votos e fez uma defesa apaixonada da reeleição do presidente. Está clara a estratégia eleitoral de Damares: ela quer associar sua imagem à de Bolsonaro no Distrito Federal, colocando-se como sua candidata preferencial – e, se possível, até como apoiadora solitária. Não por acaso, tem sido presença constante em suas atividades eleitorais a primeira dama Michelle Bolsonaro. Na abertura da campanha de Damares, Michelle não poderia ter sido mais incisiva. “Foram quase quatro anos ao lado dessa supermulher maravilhosa. Damares, eu estou aqui para você e por você. Eu amo essa mulher e vou estar com ela até o fim. Te amo amiga, te amo”, declarou no microfone. Essa peça será reproduzida frequentemente no horário eleitoral.

Com Abadia

Nesse sentido, Damares fez questão de inaugurar o comitê de campanha da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, em Ceilândia, junto com seu primeiro suplente e presidente do partido União Brasil, Manoel Arruda e apoiadores. Abadia concorre a distrital pelo União. Na festa, a ex-governadora rasgou elogios a Damares. “Tenho muitos anos de vida pública e nunca vi uma candidata que reunisse tantas qualidades”, derramou-se.

Três cadeiras

A propósito, o União Brasil está pensando alto quando se trata da Câmara Legislativa. Acredita em fazer três e, eventualmente, até quatro distritais. As principais apostas são a própria Maria de Lourdes Abadia, que além de governadora já foi deputada federal e distrial, e o atual Eduardo Pedrosa, que concorre à reeleição. Depois, na lista, vem Daniel Radar, que se saiu bem na eleição passada, o ex-distrital Olair Francisco, folclórico e próspero dono de rede de sapatarias, e o professor Pacco, quase 40 mil votos em 2018. Por fora corre outra ex-distrital, Sandra Faraj, aposta do voto evangélico.

Registrada

Só para conferir: embora a Justiça Eleitoral tenha pedido um pronunciamento do senador tucano Izalci Lucas a respeito, a atual deputada federal Paula Belmonte está formalmente registrada como candidata a deputada distrital com o número 23455. Presidente regional do Cidadania, ela consta como integrante da chapa que une seu partido ao PSDB de Izalci. Como ela e o senador sustentam uma pendenga judicial de meses, surgiu a hipótese de que Izalci possa ainda impedir que Paula concorra. Mas o registro, ao menos, está firmado.

Encrenca que ressuscita

Quando parecia acalmada a querela entre as seções brasilienses de PSDB e Cidadania sobre candidaturas, sempre recomeça tudo outra vez. Agora o Cidadania acusa o coordenador da federação entre os dois partidos, o senador Izalci Lucas, de cobrar-lhe R$ 2,126 milhões para levar ao ar o programa eleitoral dos candidatos do Cidadania. Nesta segunda-feira, 29, a presidente regional do Cidadania, Paula Belmonte, entrou na Justiça contra a cobrança.

Destino para a taxação de fortunas

Ex-presidente do Cidadania da capital, Francisco Andrade levantou na sua campanha para deputado federal uma bandeira que poucos ousam: aplicar o imposto sobre grandes fortunas para, com a arrecadação, custear um programa de renda básica para todos. Isso garantiria não apenas mais justiça fiscal, mas também uma forma estável de financiar programas de assistência social. Só para lembrar, tramita no Congresso um projeto de implementação do imposto sobre grandes fortunas apresentado pelo senador Plínio Valério, do Amazonas. O projeto até já recebeu parecer favorável na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, mas ninguém ousa colocá-lo em votação.

Itamar do Pacotão

Grão-mestre maçônico muito respeitado no Grande Oriente do Distrito Federal, faleceu nesta segunda-feira, 29, Jafé Torres, que completara 81 anos há poucos dias. Profissional competente e maçom há muitas décadas, Jafé era conhecido pelo bom humor e, há mais de 30 anos, presença constante em eventos como o popular Pacotão, a que costumava comparecer brincando com sua extrema semelhança com o ex-presidente Itamar Franco, inclusive pela mecha branca no topete. Os respeitos da coluna.

Maioria feminina

Dados do Tribunal Superior Eleitoral comprovam: o Distrito Federal tem a maior proporção de voto feminino do País. As mulheres superam os homens por oito pontos percentuais: 54% a 36%. Em segundo lugar vem o Rio de Janeiro. Na verdade, em todos os estados as mulheres são maioria. Só em Mato Grosso e no Tocantins essa margem é pequena, aproximando-se do empate.

Mais candidatos

Ainda segundo o TSE, o Distrito Federal tem 210 candidatos a deputado federal e 599 candidatos a deputado distrital. São 205 menos postulantes que em 2018. De acordo com o sistema de dados aberto do órgão, o Brasil já registra 28.880 pedidos de candidatura, dos quais 21.919 oficializados e 1.322 pedidos referentes à reeleição.

Para as ONGs

No debate presidencial da Band, o ex-presidente Lula referiu-se à aproximação com Alemanha e Noruega que teria permitido trazer recursos para a preservação da Amazônia. É verdade, esses recursos foram reunidos em um certo Fundo Amazônia e somaram R$ 3,4 bilhões em 2021. Mas sua aplicação precisa ser encarada com certo distanciamento. Estudo feito por gabinetes de senadores e pelo Tribunal de Contas da União mostrou que, embora a prestação fale em repasses ao governo federal, estados e municípios, a quase totalidade desse dinheiro acaba nas mãos de ONGs. Na maior parte do caso elas se apropriam do dinheiro e as prestações de contas, quando ocorrem, são auto-declaratórias, sem qualquer controle governamental.

Reuniões internas

Na última semana de agosto, o governador Ibaneis Rocha se colocou ao dispor de amigos e parceiros. Em uma manhã repleta de reuniões no gabinete, o candidato à reeleição encontrou-se com o secretário de Governo, José Humberto, com o consultor jurídico, Rodrigo Becker e com o secretário de Economia, Itamar Feitosa. No mesmo dia, participou de uma reunião com Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), com José Firmo, procurador do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), e com José Carlos, ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF).

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