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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Invocando a CNBB para puxar a esquerda contra o jogo…

A partir daí, Paulo Fernando diz que o projeto, já votado nas duas casas do Congresso, apenas favorece financeiramente as empresas que exploram o jogo

Eduardo Brito

03/01/2024 18h25

Correndo pela centro-direita muito mais do que pela esquerda, o deputado brasiliense Paulo Fernando recorreu até, como membro da Frente Parlamentar Católica, à CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, para tentar retroagir no processo que autoriza jogos de apostas no País. Ele explica que costuma ver “muitos deputados esquerdistas frequentando a nossa sede” – cutucão na posição dita progressista na CNBB – para ver se consegue o apoio deles em votações futuras sobre o tema. Na nota da CNBB contra as apostas, intitulada “Uma árvore má não pode dar frutos bons”, os bispos reiteram sua posição contrária à legalização dos jogos de azar no Brasil, alegando que “os argumentos de que esta liberação aumentará a arrecadação de impostos, favorecerá a criação de postos de trabalho e contribuirá para tirar o Brasil da atual crise econômica seguem a repudiante tese de que os fins justificam os meios”.

Afinal, para a CNBB, esses “falsos argumentos não consideram a possibilidade da associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e com o crime organizado”. Assim, os bispos alertam que cabe a eles, “por razões éticas e evangélicas, alertar que o jogo de azar traz consigo irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares”.

A partir daí, Paulo Fernando diz que o projeto, já votado nas duas casas do Congresso, apenas favorece financeiramente as empresas que exploram o jogo. Chegou a reduzir da alíquota do Imposto de Renda sobre o prêmio de 30% para 15%.

…e no rumo de se criar uma “Bet Câmara”

Daqui a pouco, nós vamos ter aqui na Câmara uma central de apostas, disse Paulo Fernando. Afinal, ironizou, o texto votado “permitirá até que sejam feitas apostas sobre se uma determinada matéria será votada; com quantos votos determinados projeto vai ser rejeitado; se a pauta sairá às 16 horas; se a Ordem do Dia vai começar antes das 19 horas; se a sessão será encerrada depois da meia-noite; ou quantas questões de ordem serão feitas numa sessão.

Será a ‘Bet Câmara’. E poderiam também “apostar em quantas vezes vamos ouvir no Plenário e nas Comissões que a culpa é do patriarcado, que alguém é sexista, é machista, é terraplanista, ou então, Deputado Cabo Gilberto, a aposta poderia ser em quantas vezes nós ouviremos aqui: O que é isso, Presidente?”.

A verdade, afirma o deputado brasiliense, “é que não merecemos uma matéria de tamanha magnitude ser discutida de maneira tão açodada”. Para o Movimento Brasil sem Azar, que Paulo Fernando integra, se for mesmo sancionado e transformado em lei, o projeto que libera os jogos vai destruir as famílias, causar divórcios, endividar as pessoas com a agiotagem, com empréstimos consignados, com cheque especial e com empréstimos; levar as pessoas à drogadição, ao alcoolismo; e, inclusive, “como muitos chegam, ao suicídio”.

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