Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Federação PSDB-Cidadana sobe no telhado

Na prática, PSDB e Cidadania já vinham jogando separados desde a eleição de 2022, logo após firmarem acordo

Eduardo Brito

27/12/2023 20h22

TV CÂMARA

Novo presidente regional do Cidadania, Marcelo Aguiar prevê um reposicionamento do partido que, levando-o mais para o centro – ou, antes, para a centro-esquerda – poderá acabar com a federação criada com o PSDB pouco antes das eleições de 2022.

Essa revisão, na verdade, começou no plano nacional, com o deputado estadual Comte Bittencourt assumindo a presidência que historicamente estava com o ex-senador Roberto Freire.

No Distrito Federal, a postura ficou clara com a intervenção do diretório nacional que substituiu a executiva presidida pela distrital Paula Belmonte por um novo colegiado presidido por Aguiar.

Ele explica que o distanciamento com Paula Belmonte já ocorria há um longo tempo, agravara-se com a postura dela na CPI dos atos antidemocráticos e teve como gota d’água a participação dela na Esplanada dos Ministérios em que se pedia a rejeição de Flávio Dino pelo Senado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Paula, que já causara mal-estar ao aparecer ao lado das bolsonaristas Bia Kicis e Damares Alves, estava ao lado do líder do Partido Novo, Marcel Van Hatten.

Foi a partir daí que se decidiu a substituição a nível regional. Mas a nova postura deve se refletir a nível nacional. Marcelo Aguiar lembra que a polarização está presente e que o Cidadania deve buscar espaços mais ao centro, não só no plano distrital, mas também no federal.

Afastamento dos partidos

Na prática, PSDB e Cidadania já vinham jogando separados desde a eleição de 2022, logo após firmarem acordo. Pelo regimento da federação, o Cidadania deveria deter o controle da seção brasiliense.

Paula Belmonte pretendia disputar cargo majoritário, mas o tucano Izalci Lucas fez valer os vínculos com o comando nacional e, após um conflito violento, garantiu sua candidatura ao Buriti. No plano nacional as relações se complicaram da mesma forma, tanto assim que as bancadas encolheram.

Na Câmara dos Deputados, o PSDB tem apenas 13 cadeiras e o Cidadania quatro. No Senado, o Cidadania sumiu e o PSDB viu-se reduzido ao brasiliense Izalci e a Plínio Valério, do Amazonas.

Nas próximas eleições, municipais, os dois partidos permanecerão juntos, até porque os interesses deverão ser menos conflitantes, mas em 2026, prevê Marcelo Aguiar, a federação já terá completado os quatro anos obrigatórios e dificilmente será recomposta.

Com novos e antigos quadros

Diante da nova postura de centro-esquerda, Marcelo Aguiar espera que antigos quadros, inclusive membros dos antecessores PCB e PPS, voltem ao partido.

Cita o ex-deputado Augusto Carvalho, que já teve quatro mandatos federais, entre outros. Já teve, depois de indicado, contatos com figuras relevantes do PSB e PDT, entre outros. Isso indica que, mesmo se não ingressarem no partido, poderão contribuir para se estruturarem novas federações – dessa vez sem o PSDB.

Marcelo Aguiar antecipa que, esgotada sua interinidade, a corrente a que pertence deve defender a eleição do ex-senador Cristovam Buarque para a presidência regional. É evidente que isso pode representar uma aproximação com o governo Lula.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado