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Do Alto da Torre
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Esquerda já estuda alternativas a Grass

O problema é que não há, por ora, consenso sobre quem pode vir a ser o candidato ao GDF

Eduardo Brito

05/03/2024 18h18

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Setores do PT-DF, de forma para lá de discreta, comemoraram nesta semana a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que tornou inelegível o ex-candidato do GDF, Leandro Grass, quadro do PV.

Na avaliação de alguns líderes, a decisão abre espaço para a discussão de novos nomes da oposição para a disputa ao Buriti em 2026.

Embora tenha conseguido o segundo lugar no primeiro turno, a campanha de Grass não foi capaz de levar as eleições ao segundo turno, o que vai pesar nas futuras negociações, caso ele seja liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral no futuro.

Além disso, foi um candidato imposto aos petistas nas costuras feitas pelo PT nacional na busca de apoio à eleição de Lula. A adesão integral à candidatura Grass foi a única exigência do PV em troca de seu apoio nas 27 unidades da Federação.

O problema é que não há, por ora, consenso sobre quem pode vir a ser o candidato ao GDF. Os nomes que ainda se colocam para a disputa estão batidos e há uma grande dificuldade em arrebanhar novas lideranças à altura do desafio.

Ex-distrital diz que pagou preço por lutar contra injustiça

Em nota, Leandro Grass confirmou que a sentença do TRE é passível de recurso e que isso é o que fará. Grass afirmou, “com clareza e veemência”, que está firme e convicto de que fez a disputa eleitoral de maneira íntegra, digna e correta, sem cometer qualquer abuso de poder.

Assegurou ainda que agradece o apoio maciço que vem recebendo “especialmente dos que esperam dias melhores para o Distrito Federal”.

De acordo com Grass, “lutar contra as injustiças tem seu preço, pois incomoda aqueles que a praticam, mas o amor por Brasília, pelo Brasil e, acima de tudo, pelas pessoas que mais sofrem, faz com que tudo valha a pena”. Grass recebeu apoio do PSB brasiliense, manifestado pelo presidente regional Rodrigo Dias, que o qualificou de “uma liderança política que se destaca por uma trajetória consistentemente alinhada à justiça, ao compromisso social e à honestidade”.

A candidata a vice-governadora Olgamir Amancia também perdeu seus direitos políticos e está impedida de disputar cargos públicos pelos próximos oito anos. Em tese, Grass deveria deixar seu atual cargo, de presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que exige posse dos direitos políticos.

Mas, como cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral, em tese, Grass poderia entrar com pedido cautelar para a suspensão dos efeitos imediatos da inelegibilidade até o julgamento do mérito pelo TSE.

Como foi a decisão

O desembargador Mario-Zam Belmiro Rosa, relator do processo no TRE, foi voto vencido. Ele defendia que os ataques de Grass, mesmo não sendo verdadeiros, não alcançavam gravidade suficiente para desequilibrar o resultado das eleições. Isto porque o candidato que seria afetado pelas notícias inverídicas acabou eleito em primeiro. Foi contestado pela desembargadora Maria do Carmo Cardoso.

Ela lembrou que o volume de propaganda irregular, veiculada nos canais de rádio e televisão ou nas redes sociais, “caracterizam o uso indevido de meio de comunicação, que é uma espécie de abuso de poder”. Ela ainda lembrou que Grass passou de intenções de voto de 3%, nas primeiras pesquisas, para 7% e, depois, 16%, avaliando que “não se pode afastar a alegação de que houve influência das propagandas”.

Da mesma forma, o desembargador Fabrício Fontoura Bezerra citou exemplos concretos na sessão. “Destaco aqui a representação acusando o candidato Ibaneis de corrupção, sem trazer elementos mínimos essenciais para sustentar qualquer condenação que se tenha notícia”, ressaltou.

Durante as eleições ao GDF, foram 20 representações da coligação de Ibaneis contra a chapa de Leandro Grass e, delas, 18 julgadas procedentes ou parcialmente procedentes. Entre as propagandas eleitorais irregulares, Grass fez uma série de ataques pessoais ao então governador.

“As publicidades retiradas de divulgação foram nocivas ao processo eleitoral. Teve uma animação gráfica na figura infantil do Pinóquio, retratado na pessoa do governador, que, quando falava, tinha seu nariz aumentado”, citou ainda Fabrício Fontoura.

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