Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Eleição define PSOL mais perto do PT

Embora o PSOL tenha em sua origem um racha à esquerda do PT, no início do primeiro governo de Lula, aproximou-se mais dos petistas nos últimos quatro anos.

Eduardo Brito

02/10/2023 21h57

Foto: Reprodução/Instagram

O resultado da convenção nacional do PSOL, em Brasília, referendou a vitória do grupo encabeçado pelo deputado federal Guilherme Boulos, que defende maior proximidade com o governo Lula.

Ficou à frente da vertente MÊS, sigla de Movimento Esquerda Socialista, que prega a independência do partido e tem como uma de suas líderes a também parlamentar Sâmia Bomfim.

Embora o PSOL tenha em sua origem um racha à esquerda do PT, no início do primeiro governo de Lula, aproximou-se mais dos petistas nos últimos quatro anos.

Votou contra os governos petistas na maioria das questões econômicas e lançou candidatos próprios à presidência da República em todas as eleições – sucessivamente Heloísa Helena, Plínio de Arruda Sampaio, Luciana Genro e o próprio Boulos.

Ficou famosa a reação de Luciana Genro quando, em um debate pela TV, o tucano Aécio Neves a chamou de “linha auxiliar do PT, recebendo em troca um irado “linha auxiliar uma ova”.

Em 2022, porém, o PSOL não lançou candidato e tem hoje dois ministérios. Boulos receberá apoio do PT para sua candidatura a prefeito de São Paulo.

Jogo de vertentes internas

A chapa “Todas as Lutas”, que elegeu Paula Coradi como candidata, teve 300 votos contra os 147 votos do grupo intitulado Bloco Democrático de Esquerda. A eleição de Coradi é uma vitória das militâncias Primavera Socialista e Revolução Solidária, que costumam ser citadas como “menos radicais”.

São essas vertentes que aceitam relação mais próxima com PT e o apoio de petistas a candidaturas municipais do PSOL na próxima eleição, como a de Guilherme Boulos.

Historiadora, Paula Coradi substitui Juliano Medeiros, que esteve na Presidência Nacional do PSOL entre 2017 e 2023 e foi candidato a suplente de senador por São Paulo na chapa do atual ministro Márcio França. A chapa reunia o PSB de França a PT, PSOL, PV e PCdoB, mas perdeu.

Em Brasília, maioria semelhante, mas presidência diversa

A eleição do DF se deu anteriormente. No PSOL, como no PT, a composição das direções é proporcional ao resultado das chapas, lá chamadas de “teses”.

Foram seis as teses que disputaram. Individualmente, a chapa do Movimento Esquerda Socialista, liderada pelo distrital Fábio Félix, foi a vitoriosa, e por isso teve a primazia de indicar a nova presidente, Giulia Tadini, a chefe de gabinete do Fábio Entretanto, as teses da Primavera Socialista, liderada pela ex-deputada Maninha e pelo ex-candidato ao Buriti, Toninho Andrade, mais a da Revolução Solidária, que em Brasília tinha apoio do distrital Max Maciel e da professora Fátima Sousa, somaram o maior percentual de votos e terão a maior parte de assentos na direção regional.

Como as deliberações no PSOL são por colegiado, de todos os membros da executiva, essas duas correntes terão sempre a palavra final. Como essas duas correntes Revolução Solidária e Primavera foram as vencedoras na eleição para cúpula nacional, tudo indica que haverá uma boa sintonia entre o diretório brasiliense e a direção nacional do partido.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado