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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Do alto da torre entrevista Paulo Octávio

Se for para um segundo turno, anuncia, estará de braços abertos para receber todos os apoios

Eduardo Brito

16/09/2022 5h00

Atualizada 15/09/2022 23h29

Foto: Divulgação

Se eleito governador do Distrito Federal, o empresário e ex-senador Paulo Octávio pretende organizar um secretariado de nível ministerial com grandes nomes nacionais, além de figuras relevantes de Brasília. Candidato pela coalizão PSD-PSC-Podemos, Paulo Octávio avisa que iniciará no primeiro dia de governo sua promessa de criar 10 mil empregos em três meses. Chamará empregadores brasilienses para discutir incentivos fiscais, como corte de impostos locais para quem ampliar o número de contratados em ao menos 30% e chamará aprovados em concursos. Se for para um segundo turno, anuncia, estará de braços abertos para receber todos os apoios. Afinal, lembra, teve boa relação com todos os recentes presidentes da República, de Collor a Lula.

1.   O que o senhor vai fazer para criar 10 mil empregos nos três primeiros meses de governo, como prometeu?

A ação começa no primeiro dia, logo após a posse. Vamos receber as entidades representativas do empresariado do DF para alinhar a geração dos 10 mil empregos a serem criados pela iniciativa privada. Para tanto, vamos propor incentivos tributários, como cortes em determinados impostos locais, àqueles empregadores que ampliarem seus quadros de contratados em pelo menos 30%. Também anunciarei a contratação de aprovados nos concursos para polícia civil, polícia militar, pessoal da educação e assistência social e de profissionais de saúde, para melhorar o atendimento à população.

2.   Em um eventual segundo turno com o atual governador Ibaneis Rocha, o senhor faria alianças com a esquerda e abriria espaço no governo para essas correntes, se vitorioso?

Nosso partido liberou suas bases no primeiro turno da eleição presidencial. Ainda não é possível prever o que ocorrerá no segundo turno. De nossa parte, estamos de braços abertos para receber todos os apoios no segundo turno. É importante lembrar ainda que eu sempre tive uma boa relação com todos os presidentes da República, desde Collor, passando por Itamar Franco, FHC e Lula. E não será diferente agora.

3.   O senhor mantém a disposição para convidar o senador José Antonio Reguffe e o ex-governador Cristovam Buarque para seu secretariado? Que outros nomes de repercussão escolheria?

Sem dúvida alguma estes dois nomes serão convidados. Meu secretariado terá nível ministerial, e vamos buscar nomes importantes da vida pública. Cristovam seria um excelente secretário de educação, por ser um especialista na área. Reguffe, com sua honestidade, poderá fazer uma revolução como José Serra fez na saúde nacional, mesmo sem ser médico. No governo Arruda, em que fui vice, tivemos nomes nacionais, como Cássio Taniguchi, em pastas estratégicas. Vamos, sim, ter nomes locais e nacionais de destaque nas nossas pastas – e inclusive pretendo manter nomes que se destacaram no governo Ibaneis, como o secretário de Habitação, Mateus Oliveira.

4.   Como enfrentar a insegurança nas escolas e a violência nas salas de aula, o que inclui casos de agressões a professores, a funcionários e entre alunos?  E o que fazer diante das críticas à qualidade do ensino e a reiteradas denúncias de elevado absenteísmo entre professores?

A educação foi sucateada ao longo de vários governos no DF. Parte porque desidratou-se o Batalhão Escolar, que deve estar antenado com a demanda dos professores e da comunidade escolar. Ele deve ser recomposto e empoderado, mas atuar apoiando as direções e supervisões das escolas e no patrulhamento no entorno das unidades. Paralelo a isso, precisamos avaliar melhor a experiência das escolas militarizadas, antes de ampliá-las ou reduzi-las. Esse é um trabalho. O outro é atuar para transformar o professor em carreira de estado. Não faz sentido algum a mais importante é fundamental de todas as carreiras não ter o pleno reconhecimento. Eu e você, Eduardo Brito, chegamos ao ponto atual de nossas carreiras graças aos professores. E como é o reconhecimento deles? Ambiente ultrapassado, sobrecarga de trabalho e baixos salários. É preciso mudar esta realidade, pois ela adoece o profissional. Por fim, vamos trabalhar a saúde preventiva na secretaria de Educação, inclusive a saúde mental e emocional do profissional.

5.   Como o senhor responderá às acusações de que, mesmo liberado pelo TRE, não se afastou a tempo da direção das suas empresas e enfrentou condenação que inclusive o levou a ser preso?

O TRE-DF já respondeu por mim. Não havia base legal para a representação feita contra mim, tanto que ela foi rejeitada. Também não há condenação, pois houve acordo judicial que encerrou a questão. E quanto a ser preso, é bom que se esclareça que fui preso após gerar mais de 2 mil empregos em uma área carente. Se gerar postos de trabalho é motivo de prisão, quero ser preso mil vezes, pois vou gerar empregos até o fim da minha vida.

6.   O que fará para melhorar a qualidade do transporte público? Manterá os atuais subsídios às empresas de ônibus?

Em primeiro lugar, o transporte público será prioridade, até para preservar o meio ambiente. Vamos exigir mais ônibus movidos a biodiesel e elétricos, neste sentido. Quanto ao valor da tarifa, sabemos que ela não cobre o custo de nenhum transporte público, seja ele em trilhos ou pneus, em nenhum lugar do mundo. Então, o subsídio é uma necessidade. Só que é preciso fiscalizar melhor o sistema e fechar a torneira por onde escorre o dinheiro público. E já sabemos onde é o problema. É neste ponto que iremos atuar, para reduzir o gasto público e a tarifa. Além disso, vamos olhar experiências de cidades como Tallinn, na Estônia; Maricá, no Rio de Janeiro; e Dunquerque, na França, para avaliar como funcionam e quais foram os ganhos com a adoção da tarifa zero nos transportes públicos. Quem sabe não seria possível adotar este modelo aqui? Na questão da melhoria das estruturas atuais, vamos começar as obras do metrô para Gama e Recanto das Emas e adotar o VLP e o BRT para as regiões de Sobradinho e Planaltina, que é mais adequado as características geográficas da região.

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