Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Deputada brasiliense pede impeachment de Barroso

“Em evento político partidário confessou que, ministro do Supremo, atuou contra uma força política, o que é gravíssimo”, comentou Bia

Eduardo Brito

13/07/2023 18h35

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A deputada brasiliense Bia Kicis quer estar entre as primeiras a assinar um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Alega que Barroso afirmou em evento da UNE que venceu o Bolsonarismo.

“Em evento político partidário confessou que, ministro do Supremo, atuou contra uma força política, o que é gravíssimo”, comentou Bia antes de avisar que “nós, da oposição, entraremos com pedido de impeachment”.

O também deputado Nikolas Ferreira, de Minas Gerais, explicou que a oposição entrará com de impeachment sob a justificativa de o magistrado “exercer atividade político-partidária”. Completou: “se, por um milagre, houver justiça neste país, a perda do cargo é inegável”, disse.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), também defendeu o pedido de abertura de impeachment do ministro. “Isso é normal? Escrachou de vez? Imagine um ministro do STF dizendo numa palestra que eles ‘derrotaram o lulo-petismo’.”

Senado cobra informações

É ao Senado que compete julgar ministros do Supremo Tribunal Federal em caso de impeachment. Pela manhã, senadores como Eduardo Girão e Flávio Bolsonaro já falavam em apresentar processo semelhante.

O único ato concreto, porém, foi um pedido de investigações feito à Polícia Federal pelos senadores Plínio Valério e Esperidião Amin, que não são conhecidos como bolsonaristas. Querem uma investigação que confirme os termos da fala do ministro.

Só para lembrar, Barroso disse aos estudantes que “eu saio daqui com a energia renovada pela concordância e pela discordância, porque essa é a democracia que nós conquistamos. Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

Ele estava entre o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ex-ministro Orlando Silva, hoje deputado pelo PCdoB,

Supremo se apressa em colocar panos quentes

A derrapagem de Barroso foi percebida rapidamente pelo próprio time do Supremo Tribunal Federal. Cedo pela manhã – e antes da repercussão no meio político – o STF já divulgava nota oficial tentando explicar a fala.

Diz a nota que “o Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o Ministro da Justiça, Flavio Dino, e o Deputado Federal Orlando Silva estiveram juntos, no Congresso da UNE, para uma breve intervenção sobre autoritarismo e discursos de ódio.

Todos eles participaram do Movimento Estudantil na sua juventude”. Chegando ao que interessa a nota assegura que “como se extrai claramente do contexto da fala do Ministro Barroso, a frase ‘Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição” – ou seja, ao Supremo ou ao Judiciário.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado