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Do Alto da Torre
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Coronel propõe até acareação em CPI

O coronel assegurou que não foi convocado para nenhuma reunião de planejamento para contenção das manifestações antidemocráticas que vinham sendo anunciadas.

Eduardo Brito

21/09/2023 17h46

Brasília, DF 21/09/2023 A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro se reúne para ouvir o coronel da PMDF, Paulo José Ferreira Souza Bezerra. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom

Acusado de ter determinado a abertura da Esplanada aos militantes que vandalizaram os palácios dos Três Poderes, o coronel da Polícia Militar do DF, Paulo José Bezerra, propôs à CPI dos atos antidemocráticos da Câmara Legislativa fazer uma acareação com os oficiais que mencionaram seu nome e negou também que o governador Ibaneis Rocha lhe tenha dado qualquer ordem para isso. Sobre o governador, para mim seria uma honra receber uma ligação dele.

O governador nunca me ligou, não sabe nem que eu existo”, afirmou. Paulo José era subchefe do Departamento de Operações da Polícia Militar na data dos atos e atualmente encontra-se preso junto com a cúpula da PMDF em decorrência do inquérito do Supremo Tribunal Federal que investiga o 8 de janeiro.

Interpelado pelo presidente da CPI, Chico Vigilante, e pelo relator João Hermeto, o coronel se colocou no papel de bode expiatório, até porque estava em licença médica e só voltou à ativa no dia 2 de janeiro, menos de uma semana antes da invasão.

O coronel assegurou que não foi convocado para nenhuma reunião de planejamento para contenção das manifestações antidemocráticas que vinham sendo anunciadas.

O coronel também acusou seu colega coronel da PMDF, Marcelo Casimiro, responsável pela operação naquele dia, de ter mentido em seu depoimento à CPI quando afirmou aos parlamentares que a ordem para abertura da Esplanada dos Ministérios havia partido de Paulo José.

“O coronel Casimiro mentiu aqui. Eu nunca dei a ordem ao Casimiro para abrir a Esplanada. Eu nem participei das reuniões. Ele mentiu aqui na CPI e me coloco à disposição para fazer acareação na frente dele”, disse o coronel Paulo José.

Só ele em serviço

O coronel Paulo José contou ainda como virou o chefe interino do DOP e único coronel em serviço no departamento às vésperas da manifestação antidemocrática.

“Eu tirei férias em novembro de 2022. O coronel Klepter, responsável pelas operações, me pediu para não retornar e ficar em casa. Me mandou voltar somente depois de 2 de janeiro. Quando eu voltei, o núcleo do DOP estava todo afastado. Três coronéis do núcleo operacional não estavam lá. O comum seria que se um se afasta, dois ficam. Aquilo não foi normal”, disse.

Paulo José revelou ainda que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, teria visitado oficiais da PMDF que se formaram na mesma turma dos coronéis Fábio Augusto Vieira, que era comandante-geral no dia 8 de janeiro, Klepter Rosa, atual comandante-geral, e Jorge Naime, que atualmente encontram-se presos. Segundo Paulo José, há uma foto de Bolsonaro com os integrantes da turma no ano passado.

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