Menu
Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Celina faz a festa na Paulista

Ex-deputada federal, Celina se misturou aos antigos colegas do Congresso, circulando em especial ao lado do presidente de seu partido, PP, o senador Ciro Nogueira

Eduardo Brito

26/02/2024 17h34

Nelson Almeida/ AFP

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, foi uma das primeiras a chegar ao evento da avenida Paulista. Ainda na concentração, foi abraçar a ex-primeira-dama Michelle, que pouco depois abriria a sequência de discursos, com um pronunciamento cheio de conteúdo religioso.

Também abraçou o ex-presidente Bolsonaro e, vendo a multidão, avisou que se tratava de “um dia abençoado”. Ex-deputada federal, Celina se misturou aos antigos colegas do Congresso, circulando em especial ao lado do presidente de seu partido, PP, o senador Ciro Nogueira. Por falar em antigos colegas do Congresso, Celina não ficou sem companhia. Foi registrada a presença de 99 deputados federais. Se computados os ex-deputados, estavam ao menos mais 40.

De Brasília, só mais um senador

Não faltaram senadores. Além de Ciro e do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, apareceram mais 11. Do Distrito Federal, porém, só compareceu Izalci Lucas, do PSDB, outro que começou a festa cumprimentando Michelle Bolsonaro. Apontada como melhor amiga da primeira dama, a também senadora Damares Alves não estava em condições de viajar. Sofreu duas cirurgias na semana passada. Houve ainda um incidente constrangedor.

Um antigo tucano rompido com o partido, Arthur Virgílio Neto, apareceu por lá, com camisa amarela e tudo mais, mas nem foi recebido. Bolsonaro lembrou-se de que Arthur se tornara seu desafeto, quando abriu valas comuns no auge da epidemia de covid. Ambos trocaram insultos na época.

Na hora certa

Mais antigo amigo pessoal de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o brasiliense Alberto Fraga, foi quem mostrou mais timing. Estava bem ao lado do ex-presidente na hora em que ele foi chamado para discursar com pompa e circunstância, bandeiras acenando e voz do apresentador no máximo. Permaneceu no palanque durante todo esse tempo.

A deputada Bia Kicis foi uma das primeiras a chegar. Mas, dos oito deputados federais brasilienses, foram apenas Bia e Fraga que compareceram. Ao menos outros três integram a bancada oposicionista, todos pertencentes ao Republicanos, partido que anda flertando com o governo Lula. Pior, um deles, Gilvan Máximo, depende de uma decisão do Supremo Tribunal para preservar o mandato. Nenhum apareceu. Erika Kokay, petista, respondeu na manhã de hoje: “presidente Lula já está na ativa nessa segunda-feira. Enquanto uns atacam a democracia, nós trabalhamos pelo Brasil! Vida que segue!”

 

Entre governadores e candidatos

Dos 13 governadores apontados como bolsonaristas de carteirinha, só quatro apareceram no comício da paulista. Tarcísio de Freitas, de São Paulo, esteve todo o tempo com o ex-presidente, mas usou uma camiseta amarela clara, fora dos padrões da Seleção.

Almoçou com Bolsonaro, mais os governadores de Santa Catarina, Jorginho Melo, e de Minas, Romeu Zema, outro sem uniforme, com camisa branca, e com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, chegou só mais tarde, mas ficou durante todo o tempo no palanque.

Tanto Caiado quanto Zema vêm sendo mencionados como presidenciáveis e podem concorrer ao Planalto em 2026. O mesmo se diz de Tarcísio de Freitas, mas ele nega, avisando que prefere disputar a reeleição em São Paulo.

Distritais marcam presença

Toda a bancada do PL na Câmara Legislativa apareceu na Paulista. E toda a caráter: Joaquim Roriz Neto, Thiago Manzoni e Roosevelt Vilela, com a companhia de Iolando Almeida, do MDB.

O pastor Daniel de Castro, do PP, não apareceu de amarelo, mas ficou ao lado de um aviso dirigido ao presidente da República: “Lula, respeite os evangélicos”.

Nenhum secretário do governo brasiliense foi a São Paulo. O ex-distrital Rodrigo Delmasso, hoje secretário da Família e Juventude, demonstrou que o comparecimento de um integrante do atual governo poderia dar a entender um compromisso de apoio, o que poderia emitir sinais trocados.

Zebra municipal

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que pertence ao MDB mas concorre à reeleição com o apoio do Republicanos do governador Tarcísio de Freitas e do PL de Bolsonaro, compareceu à avenida Paulista, mas evitou comprometer-se com um discurso partidário.

No entanto, toda a turma comentava duas novas pesquisas – a principal da Paraná Pesquisas, que mostra crescimento tanto do próprio Nunes quanto da candidata Tábata do Amaral, do PSB. Em contrapartida, está em queda o candidato da coligação PSOL-PT, Guilherme Boulos. As duas últimas pesquisas colocam o antes favorito Boulos em empate técnico com Nunes. Na manhã desta segunda-feira, 26, Boulos reagiu.

Avisou que tinha “notícia que merece mais atenção do que manifestação golpista, pois Lula vai transformar imóvel público abandonado e moradia popular, novo programa que é uma iniciativa excelente do presidente para dar função social a centenas de prédios abandonados, transformando-os em moradia”. Serão, segundo o candidato, “483 edifícios só para começar e outros 500 já estão em estudo”.

Oposição pede

Candidato oposicionista nas últimas eleições para o Buriti, o ex-distrital Leandro Grass reagiu à manifestação na Paulista. Hoje presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Grass disse que a “preservação da liberdade e a defesa do Estado democrático de Direito são princípios valiosos que não podem ser banalizados”.

Por isso acha que é lamentável ver lideranças políticas da capital do país utilizando-os como justificativa para participar de um ato em apoio a alguém que defendeu a ditadura e exaltou torturadores. Seria um “cinismo golpista”. De quebra, Grass pediu que o seu partido, o PV, expulse o prefeito da cidade paulista de Americana, Chico Sardelli, por ter participado do ato de Bolsonaro.

Defesa da advocacia

O fortalecimento e a defesa das prerrogativas da advocacia foram discutidas durante encontro que reuniu mais de 100 profissionais e estudantes de Direito, em Brasília. Karina Kufa, Rute e Raquel e Everardo Gueiros participaram do encontro e destacaram a necessidade de união em prol, não somente dos advogados, mas da Justiça e da sociedade. Após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares, que proibiu a troca de informações entre réus e advogados de bolsonaristas, importantes nomes da advocacia manifestaram-se contrários e consideraram a determinação como excessiva, arbitrária e prejudicial ao trabalho da categoria.

Verde quer regular ouro

O deputado brasiliense Reginaldo Veras, do PV, representará o parlamento brasileiro, a convite do governo da Inglaterra, em evento sobre exploração de ouro e as recentes mudanças legislativas para combate à mineração ilegal. Autor de um dos projetos que tramitam no Congresso sobre o tema, Veras leva ainda à Londres recente conquista do Partido Verde, com a proibição do comércio de minério com base na presunção de legalidade. O evento, que acontece na capital britânica a partir da quarta-feira, 28, consistirá em uma mesa redonda que reunirá os governos do Brasil, de Gana e do Reino Unido com o Mercado de Ouro de Londres para explorar as implicações das mudanças na legislação e as diferentes abordagens para combater a mineração ilegal de ouro nos respectivos países. Veras é autor do projeto que visa coibir o garimpo ilegal por meio de modernização do Estatuto do Garimpeiro, lei de 2008.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado