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Do Alto da Torre
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Após registro de nova variante da Covid, ministério reforça que vacina é a melhor forma de proteção

A agência pediu esforços em sequenciamento e notificação para o melhor acompanhamento da circulação e da evolução do vírus

Redação Jornal de Brasília

18/08/2023 22h59

Foto: Divulgação

STEFHANIE PIOVEZAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O anúncio de novas subvariantes do Sars-COV-2 reacendeu dúvidas sobre a Covid-19 e mobilizou especialistas e órgãos de Saúde em todo o mundo.

Nesta sexta (18), ao falar na abertura da reunião de ministros da Saúde do G20, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), destacou a necessidade de que “todos os países mantenham a vigilância”. A agência pediu esforços em sequenciamento e notificação para o melhor acompanhamento da circulação e da evolução do vírus.

Além do monitoramento, especialistas consultados pela Folha de S.Paulo reforçaram a importância da vacinação e da testagem, e explicaram que, até o momento, não há evidências que sustentem mudanças nas políticas de saúde em vigor.

O que são as subvariantes EG.5 e BA.2.86?

É normal que vírus mudem e evoluam conforme o tempo passa e eles se propagam entre as pessoas. Quando essas mudanças tornam o vírus sensivelmente distinto do original, ele é considerado uma variante.

A EG.5 é uma linhagem que descende da XBB.1.9.2, que por sua vez vem da XBB.1.5 da ômicron. Ela foi reportada pela primeira vez em 17 de fevereiro e é considerada uma subvariante de interesse.

Segundo a OMS, uma variante é considerada “de interesse” se apresenta mutações que, presumida ou comprovadamente, causam mudanças importantes e têm ampla circulação. Ela passa “de interesse” para “preocupante” quando é constatado que se propaga com maior facilidade, provoca casos mais graves ou reduz a eficácia de ferramentas de cuidado conhecidas.

A subvariante BA.2.86, por sua vez, surgiu de mutações da linhagem BA.2 da ômicron. Na última atualização, a OMS classificou-a como uma subvariante sob monitoramento. De acordo a organização, há apenas três sequências disponíveis e ela foi adicionada para monitoramento com base no grande número de mutações identificado.

É correto chamar a EG.5 de Éris?

Não. Infectologista e professor de Medicina na Unesp, Alexandre Naime Barbosa explicou que o apelido não tem reconhecimento oficial e pode incentivar o pânico. Na mitologia grega, Éris é a deusa que personifica a discórdia e o caos.

Caso essa subvariante ou a BA.2.86 realmente tenham mudanças muito significativas, elas serão rebatizadas, o novo nome será divulgado pela OMS e será uma letra do alfabeto grego.

As subvariantes EG.5 e BA.2.86 foram detectadas em quais países?

Até 9 de agosto, a EG.5 era encontrada em 51 países, entre os quais China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália, Singapura, Reino Unido, França, Portugal e Espanha.

No Brasil, o primeiro caso da EG.5 foi notificado ao Ministério da Saúde na noite desta quinta (17).

A BA.2.86 foi identificada por autoridades sanitárias nos Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Dinamarca.

O Brasil corre risco de ter uma nova onda de Covid?

Até o momento, não houve variação significativa no número de casos ou óbitos registrados no país, conforme os dados do Ministério da Saúde.

No estado de São Paulo, informações da Fundação Seade também não indicam aumento expressivo.

Quanto à procura por testes, o Grupo Fleury, por exemplo, disse que a taxa de exames para Covid-19 nos laboratórios da rede na capital paulista permanece com a mesma média das últimas semanas, 200 por dia. A taxa de resultados positivos também não se alterou e segue em 3%, de acordo com o infectologista Celso Granato, assessor médico da empresa.

“Em alguns momentos da pandemia chegamos a fazer 12 mil testes por dia. Já tivemos positividade de 60%”, comparou. Ele não descartou, porém, a possibilidade de aumento na procura por testes nos próximos dias, incentivada pela divulgação da chegada da subvariante EG.5 ao país ou por mudanças no padrão de casos da doença.

Quando devo fazer o teste de Covid?

Em nota, a SBI recomendou a realização do teste caso surjam sintomas de síndrome gripal. O infectologista Celso Granato também reforçou a importância da medida. “No começo, os sintomas da Covid parecem com o do resfriado comum, mas o prognóstico é diferente e as orientações mudam.”

Além do isolamento caso o exame dê positivo, alguns pacientes, como idosos, podem precisar de tratamento para evitar a evolução para formas graves da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir está disponível em toda a rede do SUS para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo.

Para testes rápidos, explicou Granato, é necessário aguardar cinco dias do início dos sintomas. Já para aqueles realizados em laboratório, por serem mais sensíveis, é possível apontar o vírus a partir do terceiro dia.

Preciso usar máscara?

O uso de máscaras é recomendado para pacientes imunossuprimidos e em extremos de idade durante a permanência em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração. Pessoas fora dos grupos de risco, mas com sintomas gripais, também têm o uso recomendado.

Qual a melhor forma de me proteger?

Com a vacina. É preciso manter o calendário vacinal para Covid atualizado com as doses de reforço recomendadas.

“A vacina é a nossa melhor forma de proteção, então neste momento aquelas pessoas que estão há mais de um ano sem receber uma dose de vacina, que estão principalmente em grupos prioritários, devem procurar a unidade de saúde mais próxima da sua casa e receber essa dose adicional”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, em pronunciamento divulgado pelo Ministério da Saúde.

A vacina protege contra as novas subvariantes?

“No momento, ainda não há evidências de que a EG.5 ou BA.6 [BA.2.86] escapem à imunização ou impactem em casos graves. As orientações seguem as mesmas. A vacina é ainda a melhor forma de proteção”, escreveu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em seu perfil no Twitter.

Em nota enviada à Folha de S.Paulo, a Pfizer afirmou que a vacina ComiRNAty bivalente e demais formulações das vacinas atualmente disponibilizadas permanecem capazes de gerar anticorpos contra as cepas de maior circulação no país no momento.

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