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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Adesismo mina oposição bolsonarista

O PL, que fez 99 deputados federais e é o maior partido da Câmara, fechou as contas e descobriu que entre 20 e 30 desses deputados deixariam a legenda

Eduardo Brito

13/12/2022 18h58

Se os alinhamentos políticos das eleições deste ano fossem preservados, a oposição representada pelos candidatos que fizeram campanha defendendo o governo Bolsonaro teria, de imediato, 188 cadeiras.

É a soma dos deputados federais eleitos por PL, PP e Republicanos, mais um solitário deputado do PTB. Com deputados de outros partidos que pediram votos como bolsonaristas, em especial União e MDB, chegariam facilmente à metade da Câmara. Chegariam, mas não chegarão.

É o que admite o deputado federal brasiliense Alberto Fraga, que retorna ao Congresso pelo PL. “Claro que há um movimento forte de adesão, pois muitos dos deputados que se elegem não permaneceriam sem levar às suas bases as benesses do governo e para ele são atraídos”, diz Fraga.

“Eles simplesmente não conseguem ser oposição”, completa. O PL, que fez 99 deputados federais e é o maior partido da Câmara, fechou as contas e descobriu que entre 20 e 30 desses deputados deixariam a legenda caso se abrisse uma nova janela partidária, aquele período em que se permite o livre troca-troca de legenda, revela Fraga.

Contra a PEC da Transição

Há alguma esperança de resistência, ainda que diminuída. Alberto Fraga lembra que 48 deputados do PL assinaram um compromisso de se opor à PEC da Transição, tão desejada pelo futuro governo.

Mas isso não deve ir muito longe. “Tem muito parlamentar chegando sem o entendimento de que foram colocados na oposição não por si, mas pelas urnas. Foram eleitos para isso, ainda que descumpram”, diz.

Ele próprio permanecerá na linha seguida antes mesmo da campanha eleitoral. “Vivi 16 anos na oposição. Portanto, nenhuma novidade aí”, assume.

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