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Do Alto da Torre
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Acordo une Ibaneis, Arruda e Flávia em uma só chapa

Ibaneis avaliou que agora a aliança está consolidada, com o recuo “muito bem pensado” de Arruda e sua reintegração na chapa

Eduardo Brito

20/07/2022 5h40

Foto: Reprodução

No início da noite desta terça-feira, 19, um acordo redesenhou a chapa encabeçada pelo governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição, nela recolocando a deputada Flávia Arruda para disputar o Senado. Nos termos desse acordo, o ex-governador José Roberto Arruda concordou em abrir mão de eventual candidatura ao Buriti e, em vez disso, concorrer a deputado federal. A ex-ministra Damares Alves abriu mão de pleitear o Senado e definirá agora um novo rumo eleitoral. Ibaneis avaliou que agora a aliança está consolidada, com o recuo “muito bem pensado” de Arruda e sua reintegração na chapa.

Dedo de Bolsonaro

O acordo foi costurado com a interferência do presidente Jair Bolsonaro, que reuniu Ibaneis, Arruda, Flávia e Damares para uma conversa. Com controle sobre o PL, partido a que estão filiados tanto ele quanto o casal Arruda, Bolsonaro propôs o acordo. Ibaneis disse que o acerto foi muito proveitoso e confirmou o compromisso com o presidente. O governador disse que são todos políticos experientes, mesmo ele, que se considera o mais novo de todos nesse ramo. Segundo ele, faltam apenas pequenos ajustes, que serão feitos com os partidos. O PL, lembrou, já tem cargos no seu governo e caminharão unidos.

Compromissos

José Roberto Arruda destacou o compromisso de Ibaneis no apoio à reeleição de Bolsonaro no Distrito Federal. Comentou que ele próprio está voltando agora a política e quer fazer esse retorno com humildade, colaborando com o esforço do presidente para reunificar todo o seu espectro político. Arruda acredita que manterá sua elegibilidade nos tribunais superiores, mas se houver algum percalço continuará ajudando. Flávia Arruda disse que sempre conversou com Damares, sua antiga colega de ministério e que o acordo era desejável, “até para não dividir o eleitorado”.

Pesquisa mostra vantagem de Ibaneis

Pesquisa do Instituto Iveritas, contratada pela Associação Comercial do Distrito Federal, a ACDF, aponta que o governador Ibaneis Rocha está à frente nas intenções de voto para o Palácio do Buriti. A pesquisa, evidentemente feita após o acordo entre os principais adversários, aponta a liderança do governador Ibaneis Rocha, com 41% dos votos. Ele é seguido pelo antecessor José Roberto Arruda, que tem 20,6%. O senador José Antonio Reguffe aparece na terceira colocação, com 9,5%, seguido pela senadora Leila Barros, com 8%. O deputado distrital Leandro Grass, do PV apoiado pelo PT, tem 2% das intenções de voto, seguido por Keka Bagno, 1,3% e Rafael Parente, 0,9%. Em um segundo cenário, sem Reguffe, Ibaneis vai a 41,7%, Arruda a 21,4% e Leila Barros a 9,1%. Atrás, Paula Belmonte com 4,4%, Leandro Grass 2,3%, Keka Bagno 1,5%, Rafael Parente 1,2% e Lucas Salles, 0,6%.

Cenário com Leila

Em um cenário sem Arruda e Reguffe, o governador Ibaneis lidera com 45,2%. Leila Barros ocupa a segunda colocação, com 11,7%. Neste cenário, a deputada federal Paula Belmonte, do Cidadania, e o senador Izalci Lucas, do PSDB, ocupam respectivamente a terceira e a quarta colocação. Paula tem 7,2% dos votos, contra 4,3% de Izalci – em tese, os dois não podem concorrer entre si, pois estão em uma mesma federação partidária. Neste cenário, Leandro Grass tem 2,4%.

Segundo turno

Nas projeções de segundo turno, Ibaneis Rocha derrota todos os adversários. Ele tem 49%, contra 29,5% de Arruda. Na disputa com Reguffe, o governador alcança 49,9%, contra 25,6% do senador. Em um embate de segundo turno com Paula Belmonte, a deputada federal tem 23,4% e o governador chega a 51,5%. A pesquisa traz ainda uma simulação de segundo turno entre Arruda e Paula Belmonte. O ex-governador tem 36,4%. Paula Belmonte marca 28,6%.

Desaprovação e rejeição

Segundo a pesquisa, 40,2% dos eleitores desaprovam a gestão de Ibaneis Rocha. Para 9,4% dos brasilienses, a gestão de Ibaneis é ótima. Consideram boa a gestão 28,4%; regular, 32%; ruim, 14,6%; e péssima, 13,8%. Entre os candidatos ao governo, a maior rejeição é também a de Ibaneis Rocha, com 25,9%. Arruda tem rejeição semelhante, 25,1%, seguido por Reguffe, com 7%, e Izalci Lucas, 5,7%. O candidato com menor rejeição é a deputada federal Paula Belmonte, com 1,3%.

Flávia dispara para o Senado

A deputada federal e ex-ministra Flavia Arruda lidera a disputa ao Senado com 32,9% das intenções de voto. A ex-ministra Damares Alves e o atual senador Reguffe seguem embolados na segunda colocação, com 13,5% e 13%, respectivamente. Paulo Octavio (PSD) aparece com 9,4%; Rosilene Correa (PT), com 5,3%; e Paulo Roque (Novo), com 1,6%.

Sem Reguffe

Em um outro cenário, sem o senador Reguffe, Flavia Arruda segue na liderança. Ela tem 34,7% dos votos, seguida por Damares Alves (14,4%), Paulo Octavio (10,6%), Paula Belmonte (5,6%), Rosilene Correa (5,4%) e Paulo Roque (1,9%). No cenário sem Damares e Reguffe, a liderança é de Flavia Arruda, com 38,7% dos votos. Paulo Octavio aparece em segundo lugar, com 11,4%; e Paula Belmonte em terceiro, com 7,8%. Entre os pré-candidatos ao Senado, Paula Belmonte tem a menor rejeição (1,9%). Paulo Octavio (27,2%) e Damares Alves (18,5%) têm os maiores índices de rejeição. Flavia Arruda e Reguffe têm rejeição equivalente, 10,3% e 9,9%, respectivamente. A pesquisa é legal: está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número DF – 01748/2022.

Surpreendendo

A surpresa dessa pesquisa ficou por conta da deputada Paula Belmonte. Em primeiro mandato, com pouca estrutura partidária e opositora do GDF, Paula mostra cada vez mais fôlego na reta final das decisões sobre candidaturas. Com baixa rejeição em todas as pesquisas, apoio formal de pelo menos cinco candidatos e bom trânsito em partidos de centro-esquerda, Paula Belmonte apareceu na pesquisa como um possível fator-surpresa na definição eleitoral.

Bolsonaro abre frente

A pesquisa Iveritas também mostra que no Distrito Federal o presidente Jair Bolsonaro atinge quase metade das intenções de voto. No cenário estimulado, ele alcança 47,3% dos votos, contra 33,9% do ex-presidente Lula (PT). Ciro Gomes (PDT) tem 5%, e Simone Tebet (PMDB), 3,8%. Ao contrário do cenário nacional, em que Lula lidera a corrida eleitoral, na capital o ex-presidente tem rejeição de 50,3%. Já Bolsonaro tem uma rejeição menor, de 37,8%. Foram entrevistados 1.642 eleitores de forma presencial de 28 de junho a 01 de julho de 2022.

Ainda não foi desta vez

Ao contrário do que se esperava, a reunião do comando da Federação PSDB-Cidadania não deu a palavra final na novela da disputa entre o senador tucano Izalci Lucas e a presidente regional do Cidadania, Paula Belmonte. O PSDB tem maioria na direção nacional, que tende para Izalci, mas o Cidadania resistiu. No final das contas, o comando decidiu considerar duas candidaturas ao Buriti – Izalci e Paula Belmonte – prometendo se definir entre elas até o prazo para realização das convenções. Nessa definição pesará o exame de viabilidade das candidaturas.

Partidos pressionam

Presidentes regionais de seis partidos enviaram um memorial aos presidentes nacionais do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, dizendo-se preocupados com a definição, uma vez que já existe acordo para disputarem juntos as eleições deste ano no Distrito Federal. Lembram que, por esse acordo, contam com Paula Belmonte para disputar cargo majoritário na chapa a ser encabeçada pelo senador José Antonio Reguffe. A mensagem é assinada pelos presidentes dos diretórios brasilienses de União Brasil, Podemos, Partido Novo, PSC, PTB e PRTB.

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