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Cinema com ela
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“Três Mulheres: Uma Esperança” faz reflexão complexa sobre resiliência

Novo drama holandês da cineasta Saskia Diesing, estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (8)

Tamires Rodrigues

08/06/2023 5h00

Atualizada 03/07/2023 11h31

Foto: Divulgação/A2 Filmes

Sempre é bom conhecer histórias reais que foram esquecidas ou mesmo não tiveram espaço para reconhecimento, com estreia marcada para esta quinta-feira (8), o novo drama inspirado em fatos reais da cineasta holandesa Saskia Diesing, “Três Mulheres: Uma Esperança” explora a amizade improvável entre a franco-atiradora soviética Vera (Eugénie Anselin), a aldeã nazista Winnie (Anna Bachmann) e a matemática judia-holandesa Simone (Hanna van Vliet), durante o final da Segunda Guerra Mundial.

Na Alemanha de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, um trem está transportando centenas de prisioneiros judeus, mas acaba ficando preso próximo a uma pequena aldeia controlada pelo governo da Rússia. Uma das prisioneiras, Simone (Hanna van Vliet) consegue escapar do trem e decide ir até a aldeia com seu companheiro, Isaac (Bram Suijker). Lá, ela conhece Winnie (Anna Bachmann), uma jovem alemã, e Vera (Eugénie Anselin), uma sniper russa. Apesar de estarem separadas pelo conflito, as três mulheres são unidas pela coragem, iniciando uma amizade inesperada.

Foto: Divulgação/A2 Filmes

A diretora Saskia Diesing é também roteirista ao lado de Esther Gerritsen tem basicamente um único objetivo: deixar a questão da guerra em segundo plano e abrir espaço para abordar todas as nuances da conexão entre seres humanos. Outros filmes que retratam guerras, sempre buscam planos mais abertos, justamente para mostrar todo o caos e destruição, já em “Três Mulheres: Uma Esperança”, Diesing optou por ambientes fechados que possam aproximar essas três protagonistas completamente diferentes.

Quando você é uma criança, ensinam o certo e o errado, ou é uma coisa ou outra, jamais os dois, no filme Diesing aposta na complexidade humana o mal e o bem andam juntos e nenhum personagem pode se dar ao luxo de ser somente uma coisa. São muitas camadas que compõem como soldados, prisioneiros, moradores do vilarejo, todos ao redor das protagonistas. 

Foto: Divulgação/A2 Filmes

As atuações de Eugénie Anselin, Anna Bachmann e Hanna van Vliet, são extremamente sutis, as atrizes passam graus diferentes de sororidade e empatia, com muita naturalidade e conexão entre elas. Uma das cenas que mais chamam a atenção é a do corte de cabelo, por mais que pareça uma apelação para o emocional do espectador, ficou forte e humana. A diretora ainda coloca cada personagem em seu lugar, existe essa bolha pois elas vivem realidades diferentes, porém conseguem entender até certo ponto a vida de cada uma. 

Um dos principais problemas do longa é justamente muita informação que não tem tempo para focar em basicamente nada, são muitas histórias que acabam acontecendo na correria, principalmente as sequências mais trágicas. Fica claro que Saskia Diesing quis destacar cada singularidade das personagens, infelizmente ela acaba falhando neste aspecto, mesmo com a tentativa o resultado fica picotando e não dá a devida importância para algumas cenas. 

Conclusão

“Três Mulheres: Uma Esperança” é um retrato mais superficial sobre a vida de diferentes pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. A diretora consegue mostrar a conexão humana com sutileza e respeito, porém sem destacar fatos importantes para a compreensão da história.  

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Saskia Diesing;

Roteiro: Saskia Diesing, Esther Gerritsen;

Elenco: Hanna van Vliet, Eugénie Anselin, Anna Bachmann, Bram Suijker, Konstantin Frolov, Frieda Barnhard, Billy de Walle, Nicolas Lech, Oscar Martin, Richard Kreut;

Gênero: Drama;

Distribuição: A2 Filmes;

Duração: 100 minutos;

Classificação Indicativa: 14 anos;

Assistiu à cabine de imprensa a convite da A2 Filmes

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