Filmes sobre futuros distópicos envolvendo tecnologia no caso robôs, fazem parte do enredo de várias produções seja o apocalipse da franquia do “Exterminador do Futuro”, iniciada em 1984 ou na distopia de “Blade Runner” (1982) e a sua continuação “Blade Runner 2049” (2017). Sempre fazendo vinculações com aspectos reais como a venda de armas ou relações inumanas. Essa é a premissa de “Resistência”, novo longa de Gareth Edwards que se inspira em vários longas do gênero scifi, para propor uma discussão extremamente atual sobre, ‘Inteligência Artificial’.
Em meio a um planeta tomado por uma intensa guerra entre seres humanos e inteligência artificial, o ex-agente Joshua (John David Washington) é recrutado para localizar e matar o Criador – um misterioso arquiteto responsável por desenvolver uma arma capaz de acabar com o confronto e com toda a humanidade. Joshua e sua equipe partem, então, para um território sombrio ocupado pela IA, mas acabam fazendo uma descoberta chocante: a arma que devem destruir é, na verdade, uma inteligência artificial em forma de criança.
Além de dirigir Gareth Edwards também assina o roteiro ao lado de Chris Weitz, juntos eles até tentam criar uma nova atmosfera, contudo o longa não agrega nenhuma novidade ao gênero scifi, além das claras inspirações na duologia de “Blade Runner” e na franquia “Exterminador do Futuro”, o espectador também vai lembrar de outros filmes como a animação “Ghost in the Shell” (1995), “Apocalypse Now” (1979) e “O Rapto do Menino Dourado” (1986).
Mesmo com fortes aspectos para uma distopia futurista e os debates quem vem consumindo os últimos anos em relação a ‘Inteligência Artificial, a trama continua superficial, Edwards não consegue focar em questões como o poder que os EUA quer perante ao mundo, o primeiro ato tenta justificar essas batalhas dentro de uma guerra maior, porém tudo fica para o entendimento do espectador. Além de não conseguirem alinhar o drama, seja do relacionamento do casal principal ou das relações humanas com as máquinas.
Tudo que o espectador pode esperar de um filme do gênero scifi é um visual deslumbrante é exatamente isso que acontece em “Resistência”, ele é um longa lindo em desenvolvimento gráfico. Gareth Edwards teve a ideia genial de ir até vários países da Ásia como Nepal, Indonésia e Tailândia e colocar todo esse universo distópico das IAs dentro desses locais. A aparência dos robôs seja os que parecem humanos ou os que são apenas máquinas está formidável de forma única, somente por isso a experiência já vale.
O filme é protagonizado por John David Washington e Gemma Chan e eles entregam boas atuações o John carrega o peso de levar a produção nas costas em relação aos personagens, por que tudo fica em cima dele, guerra, relações amorosas e afetivas com a pequena estreante Madeleine Yuna Voyles que encanta em todas as cenas. Contudo o longa peca nos seus vilões e isso fica muito em evidência quando a atriz Allison Janney aparece.
Conclusão
“Resistência” é um longa que aparece como uma boa proposta do gênero scifi, ele tem um bom debate em suas mãos, contudo peca na superficialidade e no drama. Todo o desenvolvimento gráfico do filme é grandioso e belíssimo. Mas não inova em comparação com outras produções. A nova aposta do diretor de “Rogue One” (2016), Gareth Edwards tem uma grande possibilidade de se tornar uma franquia.
Confira o trailer:
??Ficha técnica:
Direção: Gareth Edwards;
Roteiro: Gareth Edwards, Chris Weitz;
Elenco: John David Washington, Gemma Chan, Ken Watanabe, Sturgill Simpson, Madeleine Yuna Voyles, Allison Janney;
Gênero: Ficção científica;
Distribuição: 20th Century Studios;
Duração: 135 minutos;
Classificação Indicativa: 14 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço/Z