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Cinema com ela
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Brendan Fraser está memorável em “A Baleia”, drama sem humanidade

Charlie (Brendan Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Novo longa de ??Darren Aronofsky, estreia nesta quinta-feira (23)

Tamires Rodrigues

23/02/2023 5h00

Atualizada 24/02/2023 16h16

Foto: Reprodução

Darren Aronofsky já é conhecido por sua filmografia que é capaz de causar certo incômodo ou estranheza, como em “Réquiem para um Sonho” (2000) e em “Mãe” (2017). Sua nova produção, “A Baleia”, baseada na peça homônima de Samuel D. Hunter e protagonizado por Brendan Fraser, é um longa brilhante, sem humanidade, que fala sobre autodestruição e o que a falta de conexão humana pode causar.

Charlie (Brendan Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Ele dá aulas online, mas sempre deixa a webcam desligada, com medo de sua aparência. Apesar de viver sozinho, recebe os cuidados da amiga e enfermeira Liz (Hong Chau). Mesmo assim, Charlie está sozinho, convivendo diariamente apenas com a culpa por ter abandonado Ellie (Sadie Sink), sua filha hoje adolescente que ele deixou junto com a mãe Mary (Samantha Morton) ao se apaixonar por um aluno. Agora, ele irá buscar se reconectar com a garota e reparar seus erros do passado, antes que seja tarde demais.

Darren Aronofsky, além de dirigir, também produziu e roteirizou o longa ao lado de Jeremy Dawson e Ari Handel. “A Baleia” pode até lembrar algumas de suas produções mais famosas, como “Pi” (1998) ou “Cisne Negro” (2010), talvez pelo fato de abordarem questões psicológicas. Mas essa lembrança não dura muito: o novo filme é extremante claustrofóbico, dirigido em um só ambiente no apartamento de Charlie, um espaço escuro que não traz nenhuma felicidade para o personagem ou para quem assiste.

O diretor optou por uma gravação quase que em formato quadrado, principalmente para o público conseguir sentir o que é viver em um local pequeno e escuro, praticamente sem visitas — a não ser de um jovem pregador, sua filha rebelde ou a amiga e enfermeira. Todo o longa causa um certo incômodo, até mesmo a paleta de cores cinza, que sugere uma poluição visual, e as comidas e roupas jogadas por toda a casa.

Hong Chau está indicada para o Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante – Foto: Divulgação/A24

Brendan Fraser entrega simplesmente a melhor atuação de sua carreira. O ator, que ficou conhecido por longas de comédias como “George, o Rei da Floresta” (1997) e a franquia de “A Múmia” iniciada em 1999, conseguiu transmitir por completo o que o personagem sentia, toda a angústia de viver como um homem obeso que se arrepende de ter abandonado a filha e a esposa por um de seus alunos. As indagações de Fraser em cena deixaram todos com questionamentos à mente. Ele ainda recebeu sua primeira indicação para o Oscar devido a atuação.

Foto: Divulgação/A24

Por se tratar de um filme que foca em um só local e em um só personagem, pensa-se, inicialmente, que coadjuvantes não teriam espaço para brilhar. Não é o caso de “A Baleia”. Hong Chau, que vive sua melhor amiga e enfermeira Liz, está radiante, é brilhante a sua entrega para dar vida a essa personagem. Já Sadie Sink, que interpreta Ellie, a filha de Charlie, é uma grata surpresa para o elenco. Conhecida por Stranger Things (2016-presente), ela desponta como uma promessa em Hollywood.

Além do roteiro forte e das ótimas atuações, o longa também conta com um dos melhores trabalhos de maquiagem desta temporada, são várias próteses que variam entre 22 e 130 quilos para compor a imagem do homem obeso. O responsavem é o grande artista Adrian Morot.

Conclusão

“A Baleia” é um filme que causa muito incômodo e desconforto, além de fazer o público se questionar em todos os momentos, com atuações brilhantes que dificilmente serão esquecidas. 

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Darren Aronofsky;

Roteiro: Darren Aronofsky, Jeremy Dawson e Ari Handel;

??Elenco: Brendan Fraser, Sadie Sink, Hong Chau, Samantha Morton e Ty Simpkins;

Gênero: Drama Psicológico;

Distribuição: A24;

Duração: 117 minutos;

Classificação Indicativa: 16 anos;

Assistiu à pré-estreia a convite da Sinny Assessoria 

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