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Cinema com ela
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Austin Butler vive rei do rock em cinebiografia de “Elvis”, marcada por grandes atuações e cenários deslumbrantes

Novo filme de Baz Luhrmann estreia nesta quinta (14) e conta como Elvis Presley mudou todo o cenário musical de uma geração

Tamires Rodrigues

13/07/2022 15h51

Foto|Divulgação| Warner Bros. Pictures

Depois de “Bohemian Rhapsody”, que conta a história de Freddie Mercury e da banda Queen, e do ótimo “Rocketman”, que mostra em detalhes a trajetória profissional de Elton John, finalmente chega aos cinemas brasileiros a tão aguardada cinebiografia do eterno rei do rock, Elvis Presley.

Convenhamos que tentar interpretar ou dirigir uma persona como o Elvis não é uma tarefa fácil. A direção do longa ficou por conta do australiano Baz Luhrmann, já conhecido por “Moulin Rouge!” (2001) e “O grande Gatsby” (2013). Luhrmann simplesmente foi aplaudido por 12 minutos no festival de Cannes deste ano, mesmo estreando o longa fora da competição. O ator que dá vida ao protagonista Elvis, Austin Butler também recebeu ótimos elogios da família Presley, incluindo a ex-esposa do rei do rock, Priscilla Presley.

A história acompanha a vida e a música de Elvis Presley (Austin Butler), sob o olhar da sua relação extremamente tumultuada com o seu empresário, o coronel Tom Parker (Tom Hanks). O filme mostra como foi esse complexo desenvolvimento entre Presley e Park, que trabalharam juntos por mais de 20 anos, desde o início da carreira de Elvis até sua fama. Por trás de tudo isso, o longa também aborda a passagem cultural e a perda da inocência na América. No centro da premissa também está uma das pessoas mais importantes e influentes na vida do cantor, Priscilla Presley (Olivia DeJonge).

O triunfo de Baz Luhrmann

Baz Luhrmann colocou todo o seu coração no projeto do filme: dirigiu, produziu e fez parte da criação do roteiro. Toda a narrativa do longa é bem feita. Baz detalhou todo o contexto que o astro viveu nos anos de 1950 e os problemas que ele enfrentava com o conservadorismo americano, pois o rock para eles era um insulto para os bons costumes. A questão sobre a grande polêmica do cantor que supostamente se inspirava até demais na música negra também é abordada no filme de uma forma mais modesta.

Como Elvis era um fantoche nas mãos de Tom Parker e acabava fazendo tudo que o coronel mandava, até mesmo mudar o seu próprio estilo para agradar o público mais velho e religioso, este é um dos momentos mais interessantes do filme, pois a busca por sua identidade é algo que o astro sempre fez. Muita coisa se explica nas duas horas e meia do longa, como a fase mais madura nos anos de 1970, onde ele consegue sua liberdade e finalmente pode cantar o que realmente gosta.

Algo que também chama atenção é como o astro foi uma vítima da fama e precisou lidar e mudar para permanecer sempre em alta. Talvez algo que ficou de fora do longa sejam duas das maiores polêmicas que Elvis vivenciou, como a idade de Priscilla que tinha apenas 14 anos quando conheceu o cantor, isso não é mencionado no filme como também a sua relação com Nixon que ficou de fora. Mesmo assim, o olhar de Baz para criar essa cinebiografia do músico traz elementos coloridos, extravagantes para um grande musical mostrando o melhor da carreira do diretor até agora.  

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Trilha sonora 

Talvez algo que possa desagradar um pouco os fãs é a trilha sonora do longa, pois algumas canções ganharam novas versões de uma forma mais moderna. Não que tenha ficado ruim, mas é algo que pode incomodar um pouco principalmente no início do filme. Outro ponto é a escolha de músicas de cantores atuais, como “Vegas” da rapper Doja Cat, que fica meio perdida na história de um cantor antigo, dando margem à interpretação de que colocar essas músicas atuais é uma forma de chamar atenção de um público mais jovem, que não conhece sobre o astro. De forma nenhuma isso atrapalha a dinâmica do filme. Muitas músicas são apresentadas da forma original, mas não são todas.

Atuações impecáveis 

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Muito foi especulado quando soltaram o nome de Austin Butler para dar vida ao eterno rei do rock. Primeiro, por ele não ter feito grandes papéis na carreira; segundo, pela idade do jovem, pois viver todas as fases do cantor poderia ser um problema; por fim, é algo extremamente difícil representar esse papel. Mas contrariando a todos, Butler está simplesmente incrível! A dança, a voz (ele canta de verdade e dubla algumas canções que treinou por um bom tempo) os trejeitos do rosto… está tudo natural. Brilhante! E não é para menos, pois o ator viveu por esse projeto por três anos até o momento das gravações.

Tom Hanks não precisa de apresentações. O ator ganhador de dois oscars está ótimo interpretando o coronel Parker, que narra todo o filme e fica ali como um vilão ou uma pessoa que foi muito importante para a carreira de Elvis decolar de fato. Incrível.

Por fim, Olivia DeJonge, que dá vida para a personagem da Priscilla Presley, entra com o filme já em um bom momento e traz a delicadeza e força de uma jovem mulher que está vivendo com um astro e amado e precisa dividi-lo, além de aguentar o vício do músico e a relação com o coronel. Ela proporcionou um ótimo suporte para Butler em cena.

O grande figurino de “Elvis”

Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures

Em algum momento da vida, todos já devem ter visto ao menos uma foto do Elvis Presley vestindo alguma roupa icônica, como suas jaquetas de couro ou seus macacões com capas coloridas. No longa, quem assina o figurino é a figurinista Catherine Martin, que já levou dois Oscar pelos figurinos de “Moulin Rouge!” e “O grande Gatsby”. Em parceria com Miuccia Prada, estilista da grife de luxo Prada, Catherine criou peças personalizadas e revisitou as roupas originais do astro ao longo dos anos. Um espetáculo à parte para quem é fã do rei do rock.

Finalmente

Elvis é um filme que traz uma grande experiência para o público, explorando os anos do astro de uma forma primorosa. O diretor Baz Luhrmann conseguiu incorporar as mudanças sociais e culturais dos Estados Unidos à carreira de Elvis de um jeito único, destacando que o músico nasceu para ser esse fenômeno da natureza e explicando como ele se tornou uma dos maiores artistas do mundo, e como esse fanatismo que começou com as jovens americanas continua até os dias atuais.

Confira o trailer:

Ficha técnica:

Direção: Baz Luhrmann;

Roteiro: Baz Luhrmann, Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Doner;

Produção: Baz Luhrmann, Gail Berman, Catherine Martin, Patrick McCormick e Schuyler Weiss;

Elenco: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge, Yola Quartey, Luke Bracey, Dacre Montgomery, Helen Thomson, Richard Roxburgh e David Wenham;

Gênero: Biografia, drama e musical;

Distribuição: Warner Bros. Pictures;

Duração: 159 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z

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