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Camarote do Bruninho
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Influencer Renata Martins fala sobre os desafios da inserção da mulher na política

Renata é influenciadora digital e paralelo a isto está a frente do projeto Desafora Brasil

Bruninho Afonso

11/08/2022 17h36

Atualizada 12/08/2022 9h25

O gênero feminino é associado a papéis como ser dona de casa, esposa e mãe, entendendo assim que a mulher só pode vivenciar o lar, o matrimônio e a maternidade. A cultura patriarcado de submissão ao homem se estende também para o âmbito profissional. Ainda existem muitos empecilhos, preconceitos e diferença salarial com mulheres no mercado de trabalho.

Quando, além da busca profissional, ela decide se envolver com causas políticas, o desafio aumenta ainda mais. O posicionamento da mulher na política é desafiador, pois entende-se que ela tem outras funções mais importantes a serem feitas. Menosprezo, desvalorização e preconceito é o cenário encontrado para estas mulheres.

De acordo com pesquisas feitas pela Organização Global dos Parlamentos Nacionais (IPU – Inter-Parliamentary Union), o Brasil está como um dos piores países no quesito de representatividade feminina na política. Renata diz se sentir sempre com um caminhar tardio e que já escutou inúmeras vezes que política não era lugar para mulher estar.

“É como se o nosso gênero, por si só, causasse dúvida do nosso potencial e com isso, tivéssemos sempre que provar do que somos capazes. Me lembro quando assumi a Presidência do Movimento Jovem de um Partido Político a nível estadual e concomitantemente, a Presidência Municipal da capital do mesmo Partido o quão desqualificada eu fui para tais funções”, afirma.

Uma cena marcou muito Renata, quando a mesma dialogava com um integrante do Partido da área rural, em que o mesmo a desmereceu mesmo este sendo subordinado a ela. Alguns dias após o ocorrido, foi necessário que esta mesma pessoa do interior entrasse em contato com a capital e, para sua surpresa, se deparou novamente com Renata, a Presidente.

“Pelo fato da palavra “Presidente” não mostrar gênero, sinto que, ao descobrirem que sou uma jovem mulher, me subestimam. Chegou a ser engraçado esse nosso reencontro quando o mesmo me perguntou “Você de novo?”. Respondi que se pudesse, ele me veria em todos os cargos de importância, pois eu tinha capacidade para os assumir. Até brinquei, igual Zagallo: vocês vão ter que me engolir (risos)”.

“Sinto também que eu só fui respeitada por ter herança política. Herança esta masculina, ou seja, grande parte do meu respeito não veio apenas pelo meu posicionamento incisivo, mas sim, pelo meu histórico familiar de homens na política. Ainda acredito que seja um desafio enorme, mas não podemos abaixar a cabeça”.

Cada vez mais as mulheres estão gerindo grandes companhias, ocupando cargos de liderança, de poder e cadeiras eletivas. A condição feminina faz com que tenham uma visão mais humana e sensível sobre certos pontos e apenas elas são capazes de abordar temáticas e pautas femininas. Mesmo com todos os desafios, as mulheres estão buscando seu espaço, seu reconhecimento e valorização.

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