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Analice Nicolau
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Revolucionário teste genético capilar permite diagnóstico precoce e tratamento personalizado para doenças capilares

Pesquisadoras brasileiras desenvolvem método pioneiro que identifica fatores genéticos relacionados a problemas capilares, proporcionando cuidados específicos desde o início

Analice Nicolau

30/05/2023 10h00

Seja entre homens ou mulheres, a preocupação com a saúde capilar tem aumentado significativamente nos últimos anos. Especialmente após o ápice da pandemia de Covid-19 e seus efeitos colaterais, como a queda persistente de cabelo, as buscas no Google e a procura por tratamentos dermatológicos têm se intensificado. Nesse contexto, o Brasil se destaca como líder no mercado de hair care na América Latina. No entanto, certas patologias capilares, como a alopecia, exigem cuidados mais específicos do que simples shampoos e condicionadores.

Visando auxiliar no diagnóstico precoce e direcionar tratamentos mais assertivos, as renomadas dermatologistas, Dra. Ana Carina Junqueira e Dra. Ana Lucia Junqueira, em parceria com pesquisadoras geneticistas da Universidade Federal de São Carlos, desenvolveram, após um ano de estudos, um teste genético capaz de identificar fatores que predispõem um indivíduo a determinadas doenças capilares.

O teste genético, pioneiro no mundo, identifica características genéticas conhecidas como polimorfismos, que influenciam a maneira como o corpo funciona, especialmente em relação à saúde dos cabelos. Dessa forma, é possível identificar polimorfismos relacionados a doenças capilares, como a alopecia androgenética (calvície genética), e direcionar o tratamento adequado, como o uso de medicações específicas, por exemplo, a Dutasterida.

“Os polimorfismos são variantes de sequências de DNA que resultam em fenótipos distintos, ou seja, características morfológicas, fisiológicas ou comportamentais que podem variar entre os indivíduos de uma população”, explica a Dra. Ana Lúcia Junqueira. Com esse teste, diversos polimorfismos relacionados a doenças capilares, incluindo a alopecia androgenética e as alopecias autoimunes, podem ser identificados de forma precisa.

O teste de DNA é realizado por meio de um swab oral, que é friccionado dentro da boca, na parte interna da bochecha, e o material coletado é enviado para análise laboratorial. Um dos diferenciais desse método é que não é necessário retirar sangue ou realizar cortes na pele, pois o material utilizado consiste apenas em saliva.

No laboratório, o DNA das células é separado, purificado e processado por meio da moderna tecnologia de sequenciamento genético chamada PCR (Polymerase Chain Reaction). A presença ou ausência dos polimorfismos é determinada simultaneamente à PCR por um método denominado “Real Time PCR”, que identifica os genes por sondas específicas para cada um dos polimorfismos, enquanto amplifica o DNA.

De acordo com as especialistas, que também são fundadoras do Instituto Brasileiro de Estudos em Medicina Capilar (IBEMC), o conhecimento do perfil genético do paciente, seja ele de predisposição à calvície, a doenças inflamatórias ou até mesmo à resposta a determinados medicamentos, como o minoxidil e a finasterida, proporciona um tratamento mais personalizado e eficaz. Além disso, permite um diagnóstico precoce e a aplicação de medidas preventivas rápidas, especialmente no que diz respeito à queda de cabelo patológica.


Com o desenvolvimento desse teste genético inovador, as irmãs dermatologistas e as pesquisadoras geneticistas abrem caminho para uma nova era na tricologia, transformando a abordagem clínica e trazendo esperança para milhares de pessoas que sofrem com problemas capilares. Agora, é possível detectar e tratar essas doenças desde os estágios iniciais, oferecendo cuidados personalizados e resultados mais satisfatórios aos pacientes.

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