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Analice Nicolau
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Com previsão de crescer mundialmente 120% até 2026, jogos tipo fantasy sports não possuem legislação específica no Brasil

Para fundador da startup Rei do Pitaco, um dos únicos players do segmento local, regulação do setor vai atrair investimentos estrangeiros e trará maior segurança para um mercado que já tem milhares de adeptos no país

Analice Nicolau

14/12/2021 11h00

Para fundador da startup Rei do Pitaco, um dos únicos players do segmento local, regulação do setor vai atrair investimentos estrangeiros e trará maior segurança para um mercado que já tem milhares de adeptos no país

Um mercado global de cerca de US$ 22 bilhões e com uma taxa de crescimento de 9,5% no último ano, com milhares de adeptos, mas sem qualquer tipo de regulação federal, estamos falando dos fantasy sports, uma das modalidades mais conhecidas e praticadas no mundo virtual da atualidade.

Regulamentado e reconhecido como um esporte de habilidade em países como Estados Unidos e Reino Unido, no Brasil, a modalidade está num limbo, hoje, não há nenhuma regulamentação vigente, o que gera insegurança para os players que querem investir aqui.

“O Brasil possui um mercado muito incipiente quando comparamos com os Estados Unidos, por exemplo. Isso porque ainda há uma indefinição jurídica para a modalidade no país. Não temos uma legislação que traga segurança para os jogadores e empresas que queiram investir no segmento”, explica Rafael Marchetti Marcondes, Head of Legal do Rei do Pitaco, startup líder em fantasy sports no Brasil. Fundada em 2019, a empresa já possui mais de um milhão de jogadores em seu app, de todos os estados do país. Entre os players do setor, estão também o Cartola F.C., ligado ao grupo Globo e a sueca Betssom FC. O F1 Fantasy, liga oficial da FIA, também possui uma grande quantidade de brasileiros ativos.

Nessa modalidade esportiva, os jogadores competem entre si com base no desempenho estatístico de atletas na vida real. Os participantes assumem as funções de técnico, montando uma equipe fundamentada em seus conhecimentos prévios do esporte, escalando os jogadores com o objetivo de obter o maior resultado estatístico. No Brasil, a maior parte dos adeptos jogam fantasy de futebol. Contudo, beisebol, basquete, hóquei e críquete também possuem um enorme número de apreciadores no mundo.

“Apesar de ser uma competição já bem difundida e conhecida pelos amantes do futebol no país, do ponto de vista regulatório temos muito o que evoluir”, complementa. Segundo o executivo, ainda há desconhecimento sobre o conceito de fantasy sports, que muitas vezes é confundido com jogos de azar, proibidos pela legislação atual.

No fantasy, o entendimento prévio do esporte e dos atletas é fundamental para o desempenho dos jogadores. Por isso, ele se diferencia dos chamados jogos de azar, em que o resultado depende só da sorte.

Segundo um estudo realizado pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT), não apenas habilidade é o fator mais determinante para os resultados obtidos pelos participantes, como a modalidade é mais influenciada por esse aspecto que o próprio esporte real. “Defendemos uma regulação para o setor que, sem excessos burocráticos, permita investimentos no Brasil, facilitando a captação de recursos pelos players que já operam no mercado e fomente o surgimento de outras startups como a nossa”, afirma Mateus Dantas, CEO do Rei do Pitaco.

Para Rafael Marcondes, uma legislação ideal contemplaria itens como o reconhecimento do fantasy sports game como um jogo de habilidade, ausência de burocracias que possam inviabilizar ou dificultar o negócio e a possibilidade de distribuição de prêmios em dinheiro para esportes virtuais como fantasy, poker, e-Sports em geral e outros jogos de habilidade. “A regulação traz maior clareza para os players, mas também é benéfica para os praticantes da modalidade, que passam a ter uma maior segurança em relação aos seus direitos e garantias”, explica o Head of Legal da empresa.

Os principais fatores que devem proporcionar um crescimento de 120% no setor até 2026 são: o aumento da população jovem, maior interesse do público feminino pelo segmento, melhoria da infraestrutura digital, barateamento do preço de smartphones, internet 5G e entrada de novos players no mercado.

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