Rafael Simões, prefeito de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais, concedeu uma entrevista exclusiva para Analice Nicolau. Descontraída, Analice já iniciou a live incentivando os seguidores a acompanhar mais de perto o trabalho dos políticos, mas lembrando que cada um deve fazer sua parte. A entrevista seguiu nesse tom, tentando reforçar a aliança entre o prefeito e os 80% que o elegeram, pedindo empatia e solidariedade de todos.
A cidade, que está na onda roxa, segue desde quarta (17) o decreto do governador Romeo Zema, para as 853 cidades do Estado de Minas Gerais. Mantendo os serviços essenciais funcionando entre 5h e 200h e nas modalidades delivery e retirada . As regras têm como finalidade reduzir a circulação de pessoas, evitando a proliferação da doença e a superlotação do sistema de saúde.
Apesar do momento, Rafael Simões está otimista e seguro de suas convicções. “Todos estamos tentando fazer o nosso melhor. O momento é de esperança, solidariedade e empatia”, contou.
Em seu segundo mandato como prefeito, Rafael ressaltou o bom trabalho que vem desempenhando na cidade durante a pandemia, desde o início seguindo as normas recomendadas pelos especialistas e pela OMS, além da conscientização das pessoas.
O prefeito acompanha de perto e não poupa elogios aos profissionais do Hospital Regional Samuel Libânio, que além de Pouso Alegre, atendem mais de 133 municípios da região. Contando com uma ótima equipe de profissionais, altamente qualificados que atendem 55 leitos de covid-19.
Sobre a queda de braço entre governo federal, estadual e municipal, Rafael assume ter muita dificuldade de entender o poder público e toda sua burocracia perante uma situação tão alarmante. Infelizmente, o prefeito foi comunicado hoje que a ANVISA não liberou a produção da Sputinik V, vacina que seria produzida pela Indústria Farmacêutica União Química, que conta com uma unidade em Pouso Alegre e teria reservado 400 mil doses para a região.
Para Rafael não é momento para polarização ou ideologias, mas pensar nas necessidades da população. “Politizam o que não deveria ser politizado. Hoje meu partido é o povo ”, afirma.
As críticas para os remédios preventivos não passaram despercebidos. Para o prefeito, o primordial é o isolamento social e a conscientização é o remédio mais importante. Sensato, ele aponta a vacinação em massa como única solução para vencer a pandemia e a volta do crescimento econômico. “As pessoas querem respostas rápidas, ficam vulneráveis psicologicamente, e acabam acreditando em tudo que vem nas redes sociais”, apontou.
Na cidade, a vacinação ocorre de forma organizada, com total estrutura, no momento para pessoas de 77 anos. A ação já refletiu no atendimento hospitalar que registrou baixa no atendimento a pessoas idosas. Porém, a doença que atacava os mais velhos está se alastrando com velocidade para pessoas mais jovens, principalmente com a falta de respeito com as regras de isolamento.
O prefeito ainda falou sobre a fiscalização, festas clandestinas e aglomerações. Afirmou que vem tomando todas as providências, mas falta empatia e consideração com o próximo é evidente. “Cada um tem que fazer seu papel e tentar proteger seus pais, avós, familiares. Será que realmente precisamos fiscalizar isso?”, perguntou.
