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Analice Nicolau
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Médico Marcos Staak faz alerta sobre obesidade

O alto índice de pessoas com excesso de peso representa um problema de saúde pública

Analice Nicolau

01/04/2022 11h00

O alto índice de pessoas com excesso de peso representa um problema de saúde pública

O brasileiro está cada vez mais acima do peso. Essa é a constatação da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que, realizada em parceria com o Ministério da Saúde constatou que a cada dez brasileiros, seis estão com excesso de peso. O dado é ainda mais alarmante quando observado que a taxa de pessoas com obesidade é 26,8%, um quarto da população adulta.

O médico Marcos Staak explica que a obesidade é uma doença crônica que tem origem multifatorial, mas que na maioria dos casos está relacionada a comportamentos como sedentarismo e aumento da ingestão calórica — embora as causas secundárias de obesidade sejam incomuns, elas devem ser consideradas e descartadas.

“Por ser uma doença de caráter crônico, a obesidade, caso não seja tratada, tende a acompanhar a pessoa para toda a vida. Isso implica em um risco maior de morbidade e de mortalidade, e um custo expressivo ao sistema de saúde de forma global. Esse conhecimento sobre os efeitos do excesso de peso, inclusive, são conhecidos pela classe médica desde a época de Hipócrates, há mais de 2.500 anos, mas que mesmo assim é o maior fator de adoecimento da população nos dias atuais”, analisa.

Entre as doenças relacionadas à obesidade, estão patologias como hipertensão, colesterol alto, diabetes, acúmulo de gordura no fígado e apneia do sono, que juntas não apenas diminuem a vitalidade do indivíduo como impactam diretamente no bem-estar e na qualidade de vida dele.

A incidência da obesidade e excesso de peso é considerada uma epidemia, que se continuar apresentar esses índices, pode atingir 68% dos brasileiros até 2030 e elevar ainda mais os gastos governamentais com a doença segundo mostrou o levantamento “A Epidemia de Obesidade e as DCNT Causas, custos e sobrecarga no SUS”.

Um exemplo disso é que outro levantamento do Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) revela que a obesidade responde por quase 50% dos gastos federais com câncer no SUS, cerca de R $1,4 bilhão.  O médico Marcos Staak reforça que apesar dos dados, a obesidade tem tratamento, mas este é contínuo e baseado na mudança de hábitos que deve ser encarada para toda vida.

“O tratamento, uma vez iniciado, não deve ser interrompido, assim como um hipertenso tratará sua pressão por um tempo indeterminado. A mudança de hábitos é primordial e pode corrigir o problema da obesidade, evitando que as pessoas se tornem dependentes do uso de medicamentos para a manutenção do peso adequado”, explica.

Entre os benefícios de tratar a doença estão a redução da pressão arterial em pacientes hipertensos, o que ajuda a prevenir o infarto e outras doenças cardiovasculares e a tolerância à glicose para diabéticos. “Existem outros ganhos não cardíacos da perda de peso incluem menos sintomas depressivos, melhora da qualidade do sono devido a redução da apneia do sono, menos incontinência urinária e melhorias na qualidade de vida, funcionamento físico e mobilidade. Vale lembrar que este é um tratamento que envolve todo o organismo, por isso pacientes que se beneficiam da perda de peso devem receber orientação sobre sobre dieta, exercícios e metas para controle de peso”, destaca.

O uso de fármacos ou mesmo cirurgia bariátrica também podem ser recomendados, porém apenas em casos específicos. “No geral, os pacientes com recomendação para o uso de remédio são osadultos com índice de massa corporal (IMC) superior a 30 kg/m2 ou um IMC de 27 a 29,9kg/m2 com comorbidades que não conseguiram atingir as metas estabelecidas em um prazo de até seis meses. O alerta é que o uso de medicamentos para emagrecer devem ser acompanhados de uma especialista, pois  todo fármaco apresenta riscos e benefícios”, pontua.

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