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Analice Nicolau
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Especial Dia da Mulher: Dra. Maria Berenice Dias

A Dra. Maria Berenice Dias é jurista, advogada especializada em Direito das Famílias, Sucessões e Direito Homoafetivo, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Analice Nicolau

08/03/2021 8h06

Maria Berenice Dias

Maria Berenice Dias

Fazer parte desta coluna no Jornal de Brasília com certeza está sendo um dos maiores desafios que já tive na minha vida profissional. E dar início a essa trajetória no dia das mulheres, é no mínimo icónico para mim. Quero, junto a você, que está lendo esta coluna me aprofundar em assuntos que realmente possam de alguma forma ser a mudança que estamos precisando.

Você já pensou qual é o real significado de comemorar O Dia Internacional da Mulher? No meu ponto de vista esse dia não deve ser somente comemorado com respeito, mas com a lembrança de grandes mulheres que lutaram para que nós pudéssemos ter a esperança de um futuro melhor. Por falar em futuro, para onde vamos? A conquista da data não resolveu muitas questões que ainda me parecem ultrapassadas. O Dia 8 de Março para muitos foi o começo da resistência, e principalmente a luta feminista pela garantia dos direitos das mulheres. Posso aqui descrever os momentos históricos, mas acho que esse aprofundamento vai de cada um, estou aqui para tentar ajudar você que está lendo esta coluna a ter dentro do seu conhecimento, o seu próprio ponto de vista.

Mesmo depois de mais de 100 anos é preciso manter viva a discussão e a luta constante. E como símbolo dessa resistência, tenho certeza que nossa entrevistada de hoje não poderia ser outra pessoa. Com um currículo de dar inveja a qualquer um, a Dra. Maria Berenice Dias é jurista, advogada especializada em Direito das Famílias, Sucessões e Direito Homoafetivo, desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. É fundadora do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM ), autora de diversas obras sobre direito de família, Presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da OAB, participou da elaboração de diversos estatutos relacionados a sua área de atuação e além disso lançou o JusMulher – serviço voluntário de atendimento jurídico e psicológico às mulheres vulneráveis.

Berenice ou Berê para os mais íntimos, sempre teve dentro de si uma inquietação com as injustiças do mundo, não é atoa que ela foi a primeira mulher a se tornar juíza no Rio Grande do Sul em plena década de 70, tomando seu lugar em meio a uma época totalmente sexista “ Dentro do tribunal não tinha nem banheiro feminino” Diz a advogada. Seu propósito sempre foi ser uma mulher que ensina, incentiva e inclui, hoje em todas as faculdades de Direito Maria Berenice Dias é um exemplo a ser seguido, conhecida como uma profissional que mostra a realidade, doa a quem doer, mas que por outro lado tem uma generosidade enorme, dando voz a tudo aquilo que acredita e muitas vezes dedicando até mesmo sua vida.

Se engana quem acha que ela lutou apenas pelos direitos das mulheres, a Dra Berenice também foi a responsável pela criação da palavra “Homoafetivo” e lutou para que essa palavra fosse incluída também nos dicionários. Maria Berenice, como muitas Marias desse Brasil, segue se dedicando à família, tanto no âmbito pessoal como profissional, para ela família não é uma questão de gênero e sim de empatia.

Fico muito feliz em poder compartilhar com vocês essa lição de persistência, dedicação e empatia pois devemos olhar para o outro e entender que é necessário estar mais aberto ao novo. Mudanças sempre são bem vindas, afinal a vida é assim, cheia de novas descobertas

Acompanhe o nosso bate papo completo no vídeo abaixo:

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