Devido as melhores condições de vida e de invenções de medicamentos e vacinas, a expectativa média de vida da população mundial saltou de 32 anos (em 1900) para 80 anos (2023). Com esse envelhecimento, que é um acontecimento relativamente novo na história da humanidade, a medicina foi desafiada com o descobrimento de novas doenças, como o Alzheimer, que teve a sua incidência no Brasil aumentada 127% em 30 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora a ciência ainda não tenha conseguido comprovar formas de prevenção e cura do Alzheimer, que é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, recomenda-se que se faça exame constante já que com o diagnóstico precoce e com mudanças no estilo de vida é possível evitar/retardar os danos. Esse exame é a realização de um check up completo, que fará um rastreio para que se possa para avaliar as funções cognitivas do paciente.
Segundo a endocrinologista Dra. Alessandra Rascovski, diretora médica da Clínica Rascovski e idealizadora da iniciativa ‘Cérebro em Ação’, o ideal é procurar o exame antes para a antecipação de cenários: “Em geral, as pessoas buscam esse rastreio somente quando já percebem algum problema que atrapalhe a sua vida. Pode ser, por exemplo, um esquecimento muito frequente, uma dificuldade de planejamento. E aí, vamos avaliar como está a saúde do cérebro naquele momento”.
“A gente, naturalmente, vai diminuindo nossas funcionalidades e habilidades conforme envelhece, o que não significa que se tornará um diagnóstico de demência ou de outra enfermidade. E, sabendo em quais circunstâncias estamos, podemos agir para mudar: desde quimicamente, com medicamentos, e também no estilo de vida, modificando hábitos”, conclui a Dra. Alessandra Rascovski.
Outra médica, a fonoaudióloga Dra. Ana Alvarez afirma que a neuroplasticidade é a responsável pela mudança de tarefas e desafios: “Não há uma idade determinada para se fazer um rastreio neurocognitivo, porque as habilidades sempre podem ser ampliadas, melhoradas”. Esse processo de rastreio cognitivo consiste em várias etapas como análise multissensorial, da memória espacial, acuidade auditiva, atenção, velocidade, planejamento, inibição, memória e flexibilidade.
“Fazemos isso por meio de um protocolo de procedimentos desenvolvido por nós em que usamos métodos de avaliação tradicionais somados a uma triagem multissensorial, de função auditiva central e realidade aumentada imersiva para chegar a uma conclusão”, explica a Dra. Ana Alvarez.
A chance de uma pessoa ser acometida pelo Alzheimer é aumentada quando determinados fatores agem sobre ela, como: estilo de vida, isolamento social, contexto socioeconômico, hipertensão, diabetes, perda auditiva e traumatismo craniano.