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Analice Nicolau
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Celulite infecciosa: Dr. Josué Montedonio explica quando a intervenção cirúrgica é necessária

Conheça o ponto de vista de um cirurgião plástico sobre a condição que afetou o ator Rafael Cardoso

Analice Nicolau

08/03/2023 14h00

A celulite infecciosa ou celulite bacteriana, como é chamada, é um problema grave na pele e que requer atenção médica rápida quando aparece. Diferente da celulite comum encontrada na maioria das pessoas, por exemplo, a celulite infecciosa causa dor e inchaço e sem tratamento a mesma pode trazer complicações graves com risco à vida.

É uma condição comum e geralmente inofensiva, que afeta mais de 2 milhões de brasileiros. Em alguns casos essa inflamação atinge camadas mais profundas da pele, resultando em celulite infecciosa. Dr. Josué Montedonio, cirurgião plástico referência no litoral de São Paulo explica como a cirurgia plástica pode ajudar em casos mais graves.

“A celulite infecciosa é uma enfermidade que pode acontecer em pacientes que possuem cortes na pele, seja pela realização de uma cirurgia ou até mesmo uma picada de inseto não tratada ou com lesões na pele como micoses e dermatites contam com maiores chances de contrair a doença, que permitirá bactérias penetrar a pele e infectar camadas mais profundas. Dentre as mais comuns e encontradas nestes casos estão a Staphylococcus ou Streptococcus que são bactérias presentes na nossa pele. Assim elas podem se colonizar em tecidos mais profundos, causando infecções localizadas que podem vir a se disseminar pelo corpo do paciente”, explica Dr. Josué.

Os sintomas gerais que indicam uma infecção são dor, calor no local, vermelhidão e inchaço que pode se alastrar. O tratamento para esse modelo de infecção generalizada é, em suma, clínico, com uso de antibióticos via oral. Em casos mais graves o paciente pode vir a ser internado para administrar medicação intravenosa com monitorização. Os riscos de sequelas são baixos se tratados desde os primeiros sintomas, ao retardar, pode resultar em quadros mais sérios como endocardite e outros tipos de infecção.

O cirurgião pontua que quando falamos de celulite infecciosa o quadro mais frequente é o de erisipela, que pode levar a linfangite, onde ocorre o inchaço dos tecidos linfáticos, o paciente apresenta febre e mal-estar. Com o diagnóstico e tratamento adequado, o paciente costuma apresentar uma boa remissão, mas em caso de progressão, pode ocorrer necrose, necessitando de ressecção do tecido morto, tornando-se necessária a intervenção cirúrgica.

Então, a cirurgia plástica é uma ferramenta de apoio a casos graves de celulite infecciosa, onde a progressão do quadro provoca abscessos que precisam ser drenados, ressecção de tecido infeccioso ou até necrosado, levando até a septicemia, que é uma infecção generalizada. A progressão dessas bactérias pode ir além da reparação plástica, se muito extensa e alcançarem tecidos mais profundos podem resultar na amputação do membro.

Dr. Josué finaliza pontuando que “a celulite infecciosa pode ser mais comum em pacientes que já tenham alguma imunodepressão, diabetes ou problemas linfáticos, que apresentem comprometimento da vascularização, então é necessária uma atenção extra para que o diagnóstico seja feito precocemente”.

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