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Além do Quadradinho
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Samba da Malandra lança álbum “Cantautoras”

Em novo trabalho, coletiva explora a alma feminina do samba, cantos e ritmos por meio das vozes e composições de mulheres.

Thaty Nardelli

26/02/2024 15h34

Coletiva Samba da Malandra. Foto: Cléa Fernandes/Bara Comunicação

Foto: Cléa Fernandes/ Bara Comunicação

“Ser malandra é abraçar a fluidez da existência, permitindo-se ser o que o momento pede, em sintonia com a vitalidade da vida. É transcender a imagem e mergulhar na essência, desafiando convenções para escapar das amarras que nos aprisionam, enquanto honramos tradições ancestrais e rituais sagrados. É encontrar equilíbrio na subversão e na reverência, na rebeldia e na tradição”, explica Fernanda Fontoura, cantora, poeta, escritora, psicóloga e idealizadora da coletiva Samba da Malandra.

Com quatro anos de trajetória, a coletiva agita a cena musical com rodas que celebram as grandes sambistas precursoras, buscando promover a presença feminina em todas as etapas da música, desde a criação até a gestão, da autoria ao instrumental, da concepção à produção, em todas as formas de expressão artística, lideradas por mulheres.

“O samba pulsa em nossas veias como coletiva, alimentando nossa vitalidade. Cada uma de nós vive o samba com intensidade, explorando diferentes nuances, seja do chorinho, do maracatu, do coco, mas todas unidas pela paixão pela música e pelos ritmos que permeiam e enriquecem o samba”, destaca Fernanda. “O samba tem raiz, diálogo com nossos quintais, conta histórias de de nossos ancestrais, ensina práticas coletivas, narra cotidianos, enaltece o simples e cria imbróglios, nós, perturbações e fendas, rachaduras no entendimento dominante”, completa a idealizadora.

A coletiva se inspira na história de grandes mulheres sambistas, reconhecendo nelas exemplos de persistência e resistência. Desde Dona Ivone Lara, Alcione, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra, Beth Carvalho, até Mariene de Castro, Teresa Cristina, Cris Pereira, Elizabeth Maia, Gija Barbieri, Renata Jambeiro e Teresa Lopes, estas últimas da cena do samba do Distrito Federal, a Samba da Malandra carrega consigo a essência e a força do samba em sua jornada.

“As mulheres que se dedicam ao samba enfrentam desafios enormes, exigindo uma dose extraordinária de coragem e persistência. Elas conciliam múltiplas responsabilidades, muitas vezes tendo outras profissões, filhos, parceiros e família, em uma sociedade que ainda espera que as mulheres desempenhem vários papéis”, reflete Fernanda.

Composto por Iza do Cavaco, Fernanda Vitória, Nathália Marques, Fernanda Monteiro, Marina Flores, Fernanda Fontoura, Lirys Catharina, Kessy Freire e Luazi Luango, o Samba da Malandra lançou recentemente seu primeiro álbum, “Cantautoras”, celebrando o encontro entre mulheres compositoras, sambistas, musicistas e produtoras musicais. Este álbum marca não só a estreia do grupo, mas também os quatro anos de trajetória da coletiva na cena musical do Distrito Federal.

“Queríamos que este trabalho fosse feito com cuidado artesanal, priorizando a expressão autêntica das compositoras. Buscamos envolver principalmente mulheres em todas as etapas do processo de produção deste álbum. Mais de 90% da equipe que trabalhou nesse projeto é composta por mulheres”, revela Fernanda.

As canções do álbum foram reunidas durante o período de isolamento social causado pela pandemia e refletem as histórias e poéticas das integrantes da Samba da Malandra e de compositoras parceiras do Distrito Federal, resultando em nove composições inéditas assinadas por Fernanda Fontoura, Haynna, Lirys Catharina, Loba Makua, Prethais, Marina Flores e Paola Tainã.

“São mulheres que já compartilhavam conosco diversos contextos artísticos e musicais. Elas generosamente nos presentearam com músicas que ecoam quem somos. Ao dizerem ‘essa música me lembra vocês’, essas mulheres contribuíram para nossa autoconsciência e identidade de maneira incomparável. É uma honra poder cantar e reverenciar essas mulheres”, destaca a idealizadora do Samba da Malandra.

Antes do lançamento do álbum, a coletiva levou o samba para diversas regiões administrativas do Distrito Federal, participando de rodas e festivais. “Tocar nas ruas de Samambaia durante o Carnaval, participar do festival Haynna e Os Verdes, tocar na Praça do Cidadão em Ceilândia, no festival Ruas Convida e na Ecofeira no Mercado Sul em Taguatinga foram algumas das experiências mais marcantes que vivemos”, relembra Fernanda.

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