O universo das redes sociais às vezes é surpreendente, e se torna inusitado quando sua Mãe encontra a história de uma formiga e marimbondo, que talvez envolva um inovador e um gerente, e sugere que você a conheça e seja útil em suas atividades profissionais.
Pois bem, isso só acontece quando as pessoas de sua convivência pessoal e profissional sabem do que você gosta e das coisas e histórias que te inspiram na vida e no mundo organizacional.
Por certo, “A parábola da formiga desmotiva”, me apresentada pela Mamis, é um bom exemplo de exercício reflexivo sobre os diversos ambientes organizacionais, suas nuances, variantes, diversidades, heterogeneidades e pluralidades.
Outrossim, apresenta a narrativa de uma situação-problema organizacional que envolve inovação, empreendedorismo, intraempreendedorismo, gestão de pessoas, cultura organizacional, planejamento estratégico, design organizacional, tecnologia e comunicação.
Portanto, a metáfora utilizada com os personagens do mundo animal pode ser a representação da vida real do mundo humano em muitas organizações.
A parábola da formiga desmotivada
“Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.
O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga. Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.
O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também, gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área da formiga produtiva e feliz. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou decorar no seu escritório e comprar uma cadeira especial. A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior), para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e a cada dia se tornava mais desmotivada.
A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo que era preciso fazer uma pesquisa de clima organizacional. Mas, o marimbondo, ao rever as finanças, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório que concluía: Há muita gente nesta empresa!
E adivinha quem o marimbondo mandou demitir?
A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida (autor desconhecido).”
Lições organizacionais da parábola
Primeiramente, “parábola” é uma narrativa alegórica com a intensão de transmitir uma história, lição, ensinamento, significado e mensagem, de forma direta ou indireta.
Com isso, a parábola também busca instigar pensamentos sobre os elementos, personagens, ambientes, comportamentos e desfechos. Assim, a parábola da formiga desmotivada pode ser colocada sob a perspectiva do ambiente organizacional, provocando reflexões tais como:
– Os gestores da organização inspiram outros funcionários?
– Os gestores reconhecem o talento dos seus profissionais?
– Os gestores reconhecem o valor agregado gerado pelos colaboradores?
– Os gestores incentivam e promovem a proatividade motivacional?
– Os processos organizacionais estimulam ações e atitudes motivadoras?
– As atividades realizadas estão convergentes às competências dos colaboradores?
– Os gestores estão envolvidos nos problemas diários e na rotina dos colaboradores?
– Os gestores permitem que os colaboradores participem das decisões?
– Existe política organizacional de delegação, autogestão e atividades autônomas?
– Os dados coletados dos colaboradores são utilizáveis para as estratégias motivacionais?
– Quais os motivos da desmotivação dos colaboradores?
– Quais os gatilhos do descontentamento em relação à gestão, à organização, à equipe e às atividades?
– Os mecanismos de comunicação interna fomentam diálogos motivacionais?
– As estratégias de capacitação e treinamento motivam os funcionários?
– As estratégias de remuneração, ascensão profissional e reconhecimento são motivacionais?
– As estratégias de atração e retenção de talentos é efetiva?
Assim, vale o princípio de que as perguntas são mais profícuas que as resposta, que as perguntas compõem o início promissor de respostas mais assertivas.
Penso, logo reflito!
Mediante os questionamentos propostos, podemos refletir sobre vários aspectos e perspectivas de como as coisas acontecem nas empresas, bem como os reflexos de algumas decisões organizacionais na sua sobrevivência e na de seus profissionais.
Os artigos ‘Inovadores Narcisistas no ambiente organizacional’ e ‘Altruísmo, uma competência para Inovadores e Empreendedores’, são ótimas referências de contextos complementares na reflexão da parábola da formiga desmotivada.
Por certo, é comum que existam ruídos e conflitos interpessoais e de relacionamento profissional, que pode ocasionar em queda na satisfação e consequente desmotivação, mas que não sejam empecilho e barreira para mudanças, e sim aprendizado organizacional.
Com as constantes mudanças demandadas e provocadas pelos mercados, clientes e consumidores, elementos como motivação, propósito e sentido do trabalho são determinantes na sobrevivência, consolidação, expansão e sucesso de uma organização.
“Para que uma empresa possua colaboradores motivados, que entreguem resultados de excelência e se mantenha atuante no mercado, é necessário que exista o equilíbrio entre uma liderança eficaz e o diálogo dos colaboradores […] na construção de uma equipe motivada e produtiva” (Instituto Brasileiro de Coaching, 2019).
Indubitavelmente, é indispensável construir um ambiente de trabalho capaz de gerar e impulsionar oportunidades, produtividade, sinergia, crescimento profissional, resultados ascendestes, desempenhos de excelência e satisfação pessoal.
Assim, se a organização não conseguir lidar com situações como a da parábola, o conflito interno entre gestores, colaboradores e funcionários será uma constante em seu dia a dia e a derrocada empresarial.
Ora, quantos de nós já não tivemos a vontade de possuir o poder de demitir um gestor?
Enfim, quem sabe um dia desses as formigas não comecem a demitir os marimbondos!
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Prof. Manfrim, L. R.
Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Compulsivo em Administração (Bacharel). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Intraempreendedor maker.
Explorador de skills em Gestão de Pessoas, Gestão Educacional, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Marketing, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação, Empreendedorismo e Futurismo.
Coautor do Livro “Educação Empreendedora no Distrito Federal”. Colaborador no Livro “O futuro é das CHICS: como construir agora as Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas e Sustentáveis”.
Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, Jornal de Brasília e Instituto Brasileiro de Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis. Já cruzei os oceanos da Universidade Cruzeiro do Sul, Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Cia Paulista de Força e Luz (CPFL), IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco, Microlins SP, Sebrae DF e Governo do Distrito Federal.
Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias, hackathons e pitchs: [email protected].
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