Fonte: Carta do Oriente Médio elaborada por estudiosos da Associação Cultural Israelita de Brasília. Para este texto, foram consultadas as publicações inernacionais i24News, Daily Alert/Jerusalem Center for Public Affairs.
Israel comprou os direitos de exibição por televisão dos jogos de futebol da Copa de 2018 por US$ 7.8 milhões e vai transmiti-los gratuitamente via satélite aos países árabes, em árabe. O Ministério do Exterior declarou que se trata de “um passo histórico que confirma o status da língua árabe (em Israel) e o respeito do país por ela”.
Para milhões de torcedores no Egito, na Jordânia e no Líbano, a alternativa para ver os jogos seria pagar US$45,00 por aparelho (um custo proibitivo para a maioria daquelas populações) ao canal “beIN Sports”, uma subsidiária da Al Jazeera Media Group, do Catar. Além disso, desde 2013 a TV do Catar foi banida do Egito. A Copa na Rússia conta com grande na região pela participação das seleções do Egito, do Marrocos, da Tunísia e da Arábia Saudita.
Um comentarista da TV egípcia descreveu a iniciativa israelense como um “bem-vindo tapa na cara do Catar” e outro (Ahmed Mussa) contou aos telespectadores que Israel poderia transmitir mensagens (fazer propaganda) ao mundo árabe através das suas transmissões: “Não faz diferença, para mim tanto Israel como o Catar são inimigos”.
Nota da Redação:
Trata-se de um gesto de cordialidade dirigido diretamente aos povos árabes, especialmente às suas imensas maiorias amantes do futebol com pouco poder aquisitivo. Até o comentário do Ahmed Mussa, que deve estar sintonizado com a mentalidade do seu público futebolístico, tem algo de reconfortante: pelo menos Israel já não é “mais inimigo” do que o Catar, um país árabe e muçulmano, portanto “irmão”, no linguajar local.
