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Hélio Doyle

Caesb é a que mais gasta com pessoal no país

Arquivo Geral

16/06/2016 11h05

Foto: Renato de Oliveira

Foto: Renato de Oliveira

A Caesb é a empresa pública de saneamento que tem a maior despesa média anual com pessoal no Brasil: R$ 260.909,13, com 2.592 empregados. A Sabesp, de São Paulo, está em segundo lugar com despesa média anual de R$ 143.922,92, com 14.753 empregados.
A despesa média anual é resultado da divisão do que é gasto com pessoal próprio pela quantidade de empregados.

A despesa anual com pessoal da Caesb é de R$ 676 milhões. Só não é maior do que a da Sabesp (R$ 2 bilhões), da Corsan, do Rio Grande do Sul (R$ 768 milhões), da Cedae, do Rio de Janeiro (R$ 842 milhões) e da Sanepar, do Paraná (R$ 821 milhões).
Compare-se a área e a população do Distrito Federal com a desses estados.

Radicalizar é preciso, para não cair

Os funcionários da Caesb têm uma média salarial, incluindo benefícios, de R$ 11.319. É justo que queiram recompor perdas por causa da inflação e que aspirem por aumentos.

Mas aumento de 10%, nas atuais circunstâncias do país, do Distrito Federal e da empresa, é uma reivindicação sem qualquer bom senso. Não está jorrando dinheiro nem no governo de Brasília nem na empresa.

O sindicato sabe disso, mas criou-se uma cultura de que radicalizar é sempre preciso para que os dirigentes não percam espaço e sejam substituídos nas próximas eleições.

Quem não quer?
Mais absurda e injustificável é a reivindicação de redução na carga horária semanal de 40 para 30 horas. Ou seja, o melhor dos mundos: aumento de 10% nos salários e menos 10 horas de trabalho na semana. Mas não é o mundo em que estamos vivendo.
Nos países em crise, os trabalhadores brigam muito para não terem a carga reduzida com a proporcional redução dos salários. Os sindicalistas da Caesb deveriam cair na realidade.

Empresa está em recuperação

A Caesb ainda tem muitas dívidas, que estão sendo pagas parceladamente. Depois de um período de 11 anos em que tinha de recorrer a empréstimos para pagar seu pessoal, está agora no azul e com capacidade para investir. Pequena, mas alguma.
Não tem nenhum sentido voltar ao vermelho para aumentar ainda mais seu gasto com pessoal nos termos reivindicados pelos grevistas.

Taxistas não têm esta bola toda

Há um mito nos cálculos eleitorais que oito distritais de Brasília estão desafiando: a de que o apoio dos taxistas é fundamental para ganhar uma eleição. É uma categoria grande, que tem peso eleitoral, mas não o poder decisivo que ela própria se atribui.

A força dos taxistas em Brasília vem desse mito e do peso que tem, perante os governantes receosos, o conselheiro Manoel Andrade, que antes de ir para o Tribunal de Contas foi distrital e presidente do sindicato dos taxistas, conhecido como Manoelzinho dos Táxis.

Esses dois fatores explicam, por exemplo, por que durante muitos anos os táxis não eram padronizados em Brasília, não podia haver linha de ônibus executivo no aeroporto e existia a bandeira dois no fim do ano.

Atitude para melhorar

Desafiando o mito, o protetor-mor e a ira dos taxistas, oito deputados distritais formaram uma frente para defender os aplicativos para transporte de passageiros, entre os quais o polêmico Uber. Liderados por Israel Batista, são a presidente Celina Leão, Chico Leite, Cláudio Abrantes, Luzia de Paula, Reginaldo Veras, Roosevelt Vilela e Sandra Faraj.

Israel foi o único distrital que teve coragem de votar contra a proibição do Uber. A votação do projeto está prevista para o dia 21. Os taxistas prometem manifestações desde o dia 20.

Rede de intrigas e boatos

Não têm o menor fundamento os rumores e informações “fidedignas” que alguns blogueiros espalham sobre a demissão do secretário de Saúde, Humberto Fonseca. Um deles, devidamente replicado pela rede de boatos que une alguns desses blogueiros, chegou até a fazer o lobby de um pretenso candidato ao lugar de Fonseca.

O secretário está empenhado em implantar as organizações sociais na rede de atenção básica. Nem tem intenção de pedir demissão nem o governador pensa em exonerá-lo.

Debater é preciso

O governo deveria ter traçado um planejamento para debater a realidade do sistema de saúde e as alternativas que propõe antes de consolidar uma proposta. Teria sido um método mais adequado para ganhar apoio da comunidade e assegurar a aprovação pela Câmara Legislativa, neutralizando a oposição institucional e isolando as posições contrárias do corporativismo da saúde.
Também não é adequado limitar a discussão sobre as administrações regionais à consulta pela internet, na qual menos de 900 pessoas participaram.

Consulta é uma coisa, debate de verdade é outra. Esses temas exigem debate.

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