“O problema grave é o fato de que a visão americana se apóia na lógica inapelável de que o Irã é um inimigo”, disse Mikhail Kamynin, porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores russo, citado pela agência oficial Itar-Tass.
Na mesma linha, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, disse nesta terça-feira à noite em Teerã que os passos dados pelo Ocidente para impor sanções unilaterais ao Irã prejudicam os esforços coletivos para resolver a crise nuclear.
Lavrov disse que, em suas reuniões com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e com o ministro de Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, pediu que Teerã coopere em maior grau com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Além disso, reafirmou o compromisso de Moscou com “a regra exclusivamente pacífica” do problema nuclear do Irã, dentro das decisões do Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia e a China bloqueiam a imposição de novas sanções.
A Rússia está construindo às margens do Golfo Pérsico a primeira usina nuclear do país persa (Bushehr), cujo início foi adiado devido à falta de pagamento iraniano.
No início de outubro, em sua primeira visita ao Irã, o presidente russo, Vladimir Putin, se mostrou a favor de solucionar a crise nuclear iraniana no âmbito da ONU e criticou as ações unilaterais dos Estados Unidos no cenário internacional.