Senadores da CPI da Pandemia se irritaram com o depoente desta quarta-feira (22), o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior. O representante operadora de planos de saúde negou que a empresa promoveu o chamado tratamento precoce contra a covid-19, que consiste em medicar pacientes com remédios comprovadamente ineficazes frente ao novo coronavírus.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) foi o primeiro a se irritar com Pedro Jr. Depois, Rogério Carvalho (PT-SE) disse que possuía em mãos receitas médicas da Prevent Senior que prova que a operadora teria indicado remédios como cloroquina e azitromicina.
“Eu tenho a receita enviada pela Prevent Senior aqui, e o paciente foi quem me mandou. O senhor está mentindo”, disparou Rogério Carvalho. “O senhor disse que iria falar a verdade aqui e está dizendo que não tem tratamento precoce. O senhor está mentindo”. Omar Aziz completou, dizendo que Pedro Jr. está “enrolando”.
Ocultação de mortes
A Prevent Senior é acusada de promover estudo com os medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina contra a covid-19 e ocultar mortes de pacientes ocorridas durante o experimento. Nove pessoas teriam morrido entre 25 de março e 4 de abril de 2020, mas a Prevent mencionou apenas dois óbitos. Médicos da operadora teriam orientado a ocultação de dados.
Segundo Pedro Jr., no entanto, estes óbitos ocorreram após o dia 4 e, por isso, não houve omissão. O diretor-executivo alega ainda que uma paciente dada como morta neste dossiê está viva e se consultou em hospital da Prevent Senior no último dia 7 de setembro.
O representante da empresa diz que os dados não batem porque dois médicos teriam manipulado dados de uma planilha interna. Estes profissionais acessaram o sistema da Prevent Senior nos dias 15 de abril, 21 de abril e 28 de agosto de 2021 e já foram demitidos, afirma Pedro Jr.