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Política & Poder

Governador do RJ, Cláudio Castro diz ter sido informado apenas pela manhã de ação no Jacarezinho

O governador disse que as ações são programadas pelas secretarias de polícia. Ele foi informado sobre a operação pela manhã.

Redação Jornal de Brasília

06/05/2021 20h00

Governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Foto: Divulgação

Catia Sebara
Rio de Janeiro, RJ

O governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), afirmou nesta quinta-feira (6) que acompanha, desde as primeiras horas, operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que deixou até agora 25 mortos na comunidade do Jacarezinho, na zona norte carioca. Questionado se havia autorizado a operação, o governador disse que as ações são programadas pelas secretarias de polícia. Ele foi informado sobre a operação pela manhã.

“Eu não autorizo nenhuma operação, elas são sempre resolvidas na técnica pelas secretarias de polícia. Mas estou acompanhando desde as primeiras horas”, afirmou o governador, por mensagem. Iniciada por volta das 6h, com autorização do STF (Superior Tribunal Federal), a ação ocorreu cinco dias depois do discurso de posse no qual Castro prometeu criar “uma polícia que esteja próxima do povo”.

Realizada nos jardins do Palácio Guanabara, a solenidade marcou a posse definitiva de Cláudio Castro, após impeachment do antecessor, Wilson Witzel. “Vou continuar enfraquecendo as milícias, reduzindo as taxas de crime, buscando cada vez mais uma polícia que preserve vidas, sobretudo as dos nossos bravos e guerreiros policiais. Uma polícia que atue com inteligência, que seja próxima do cidadão”, discursou.

Castro prometeu criar “uma polícia de proximidade, que também atue nos bairros, não apenas nas áreas comerciais e turísticas”. E concluiu: “Uma polícia que esteja próxima do povo”. Horas antes, ao discursar na Assembleia Legislativa do Rio, Castro afirmou que segurança pública é sinônimo de vida. “É meu compromisso reduzir índice de violência, sempre nos baseando em inteligência e investigação.”

De acordo com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Universidade Federal Fluminense), que possui uma base de dados iniciada em 1989, nunca houve uma ação única com essa quantidade de óbitos. O maior total recente ocorreu no Complexo do Alemão em 2007, com 19 vítimas.

“Esse número de mortes só se compara às chacinas de Vigário Geral [21 mortos, em 1993] e da Baixada [Fluminense em 2005, com 29 mortos], mas provocadas em operações extralegais. É preciso responsabilizar os agentes políticos responsáveis por essa ação”, afirma o coordenador do grupo, Daniel Hirata. Tanto a chacina de Vigário como a da Baixada foram provocadas por policiais em atuações clandestinas, como parte da ação de grupos de extermínio, e não numa operação oficial como a desta quinta.

As informações são da FolhaPress

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