A 14ª Delegacia de Polícia (Gama) apreendeu, na manhã desta quinta-feira (13), uma cobra anaconda em uma chácara de Águas Lindas de Goiás-GO. O imóvel pertence a um vigilante que teria vendido alguns animais para o suspeito de tráfico Pedro Henrique Krambeck, indiciado pela Polícia Civil (PCDF) por tráfico de animais silvestres.
A anaconda, que tem mais de 8 metros e 80 kg, era alimentada com coelhos e circulava livremente pela chácara. No local, o vigilante também cuidava de outros animais peçonhentos.
O proprietário não estava em casa no momento da apreensão. Além da anaconda, foram encontradas outras três cobras de pequeno porte.
“Lavagem de animais”
O tráfico de animais silvestres continua sendo tema na capital. Nesta quinta (13), a 14ª DP deu detalhes das investigações que apuram o crime. 11 pessoas foram indiciadas por crimes ambientais — entre elas Pedro, a mãe e o padrasto, que é coronel da PMDF.
O delegado William Ricardo conta que o grupo montou uma “lavagem de animais” no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Isso porque os animais, oriundos da Ásia e da África, entravam no órgão de forma ilegal e saíam com documentação necessária.
O delegado afirma também que Pedro Krambeck não é um mero colecionador de animais silvestres, mas sim alguém que “lucrava e traficava” os animais. “Ele traz cobras de outros estados. Temos registros de viagens, vendas, diálogos a partir de aplicativos de conversa. Compra, venda, valores”, afirmou o delegado Willian Ricardo, da 14ª DP. Uma dessas conversas descobertas pelos investigadores indica o suspeito voltando de Ibotirama-BA para o DF trazendo uma serpente.
Assim como Pedro, a mãe e o padrasto dele, foram indiciados uma servidora do Ibama suspeita de facilitar o registro ilegal dos animais; o amigo de Pedro, Gabriel Ribeiro; o comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF, major Joaquim Elias Costa Paulino; a professora de veterinária Fabiana Sperb Volkweis, além de outros amigos de Pedro que estariam integrando o grupo acusado de tráfico. Todos respondem em liberdade.