Em quase seis temporadas como grande ídolo da torcida vascaína, o meia Juninho Pernambucano – Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior – exibia em seu currículo os títulos importantes da história da “Turma da Colina”, como os de campeão brasileiro-1997 e de 2.000, e o da Taça Libertadores da América-1998.
Revelado pelo Sport Recife, que já fornecera Ademir Menezes, Vavá e Almir ao Vasco da Gama, o meia viu a sua coroa de “Reizinho de São Januário” ser amassada ao recusar a proposta do clube para renovar o seu contrato, em 2001. Foi afastado do grupo e obrigado a treinar em horário diferente ao dos companheiros.
Juninho não aceitava ver o seu direito de rejeitar uma proposta gerando tamanho infortúnio. Para ele, era coação, pressão para assinar contrato sem resmungar. Também, “falta de respeito” pelo atleta.
Juninho procurou o supervisor Isaías Tinoco e o indagou de quem partira a ordem do seu afastamento. Ouviu que fora da diretoria, mas sacou que fora do presidente Eurico Miranda, acostumado a mandar e jamais ser desobedecido. Diante da situação, os companheiros ficaram do seu lado e fizeram uma baixo assinado, pedindo a sua reintegração. Foram até atendidos, mas não adiantou muito. Juninho não era escalado.
De há muito, ele queixava-se de ganhar – cerca de R$ 50 mil – salário muito inferior ao dos outros astros do time – Romário, Felipe, Euller, Odvan e Pedrinho. E revoltou-se, ainda mais, ao descobrir que Eurico Miranda pretendia repassa-lo ao empresário Reinalto Pitta, em pagamento de uma dívida.
Aos repórteres que cobriam o Vasco, Juninho justificou-se: “O meu passe (já havia a Lei Pelé Nº 9.615, de 24.03.1998, que extinguia o passe) não pode pertencer a uma pessoa física, mas a um clube ou a mim, é o que está na lei”, sustentava.
Diante daquilo, Juninho acionou o Vasco da Gama na Justiça. Como não jogava, para manter a forma física, treinava no CFZ-Centro de Futebol Zico. Desligou-se do Vasco, foi para o francês Lyon e sagrou-se campeão nacionalo por oito vezes consecutivas.
Saiu pelas portas do fundo de São Januário, mas sem perder prestígio junto à Confederação Brasileira de Futebol. Tanto que foi convocado, pelo treinador Luiz Felipe Scolari, para defender a seleção canarinha, durante a Copa América, em julho de 2001, tendo atuado nas vitórias sobre Peru (2 x 0) e Paraguai (3 x 1) e nas escorregadas ante México (0 x 1) e Honduras (0 x 2), já como jogador do Lyon.
Nascido, em Recife-PE, no 31 de janeiro de 1975, Juninho foi campeão pernambucano-1994 e ganhou o gentílico estadual após o Vasco contratar o também meia Juninho Paulista. Além dos títulos citados acima, ele foi campeão vascaíno, ainda, do Estadual-RJ-1998 e do Torneio Rio-São Paulo-1999. Em sua primeira passagem pela Colina – 1995 a 2001, fez 295 jogos e marcou 56 gols.
Também antes de ir embora do Vasco, esteve na Seleção Brasileira Sub-20, campeã do Torneio de Toulon, na França, e, em 1999, quando era só Juninho, foi convocado, pelo treinador Vanderley Luxemburgo, para os amistosos, em março, contra Coreia do Sul (estreia e 0 x 1) e Japão (2 x 0).
Após oito temporadas na França – 2001 a 2009 – , voltou ao Vasco – 2011 a 2013, neste com um saidinha, para 13 jogos, pelo New York Red Bulls -, disputou mais 98 partidas vascaínas e marcou 21 tentos. Anunciou que jogaria pelo menor valor permitido por, o do salário mínimo, que era de R$ 545,00.
Essa já é uma outra história, no tempo em que o presidente era Roberto Dinamite e gerou um novo fuxico. Seguinte: em 2017, Eurico Miranda estava de volta à presidência cruzmaltina e afirmou, pela TV, que Juninho mentira. No entanto, este apresentou o documento, válido entre 1º de julho a 31 de dezembro de 2011.
O acordo previa, porém, que ele receberia R$ 3 milhões, caso o Vasco fosse ocampeão brasileiro – ficou a um pnto do campeão Corinthians- ou R$ 2 milhões, se ficasse entra os quatro primeiros, ou vencesse a Taça Libertadores-2012. O Vasco, ainda, comprometia-se a pagar o aluguel de um imóvel, no valor de R$ 15 mil, além de outros benefícios.
Juninho estreou na 8ª rodada do Brasileirão, com o time em nono lugar – haja fuxico!