Willian Matos
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A primeira edição do Festival Tambaqui da Amazônia em Brasília acontecerá na próxima quarta-feira (7), em frente ao Ministério da Agricultura. Cerca de seis toneladas de tambaqui serão oferecidas para a população em caixas de pizza a partir de 12h. Para participar, é necessário doar 1 kg de alimento não perecível.
O peixe foi doado pela Associação de Criadores de Peixes do Estado de Rondônia (Acripar, Zaltana Pescados e Agrofish) e veio de Rondônia em um caminhão frigorífico. Serão servidas quatro mil bandas.
O evento é uma parceria entre o governo de Rondônia (RO), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Secretaria Nacional da Pesca e o Governo do Distrito Federal (GDF). O objetivo é promover o consumo do tambaqui junto à população do Distrito Federal.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a ideia surgiu do “Churrasco de Tambaqui”, evento realizado há três anos em Ariquemes (RO). Ainda segundo o Ministério, a cadeia produtiva do pescado é um dos pilares de sustentabilidade do agronegócio no estado.
Aquicultura no DF
Segundo Lincoln Nunes Oliveira, especialista em piscicultura e analista de Desenvolvimento e Fiscalização Agropecuária da Seagri-DF, a aquicultura no Distrito Federal é uma atividade relativamente recente, mas que vem apresentando taxas de crescimento significativas.
O especialista lembra que, entre 2001 e 2018, o número de piscicultores no DF passou de 214 para 594. Nesse período, o aumento na produção de pescado pela aquicultura local passou de 409 para 1,5 mil toneladas ao ano. A principal espécie produzida no DF é a tilápia, seguida dos peixes redondos – em especial os híbridos tambatinga, patinga e tambacu – e os híbridos de surubim (pintado real e jundiara).
“Somada à produção dos municípios do entorno, a oferta regional de pescado chega a pouco mais de cinco mil toneladas, o que corresponde a apenas 14% do que é consumido em Brasília”, informa Lincoln Nunes. Ele pontua também que o DF é considerado o terceiro maior mercado consumidor de pescado do país, com uma demanda anual acima de 36 mil toneladas e um consumo da ordem de 14 quilos por habitante ao ano.
Fomento
No DF, a Secretaria de Agricultura trabalha no fomento à piscicultura, por meio de ações de capacitação dos produtores rurais, pesquisa e produção e distribuição de alevinos.
Somente em 2018, o Centro de Tecnologia em Piscicultura (CTP) da Seagri-DF, localizado na Granja Modelo do Ipê, produziu e distribuiu 257,2 mil alevinos. A produção, juntamente com cursos e demais atividades de capacitações ministradas, beneficiou 901 produtores rurais do DF e entorno.
Alerta
A subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri-DF, Danielle Araújo, alerta que a produção de pescado precisa ter cuidados sanitários. “O consumidor que vai comprar pescado deve sempre se atentar para a existência de selo de inspeção no rótulo do produto, pois isso traz a garantia de que passou por fiscalização e está de acordo com a lei”, adverte Danielle, responsável pelo trabalho de fiscalização.
Também por meio da Subsecretaria de Defesa Agropecuária, a Seagri atua no controle sanitário da criação e do processamento de peixes. “Esse controle é fundamental para garantir a segurança higiênico-sanitária e a qualidade do produto disponibilizado ao consumidor, evitando perdas econômicas e aumentando a lucratividade dos produtores”, acrescenta a subsecretária.
Dados da Seagri-DF demonstram que o peixe “fresco” que chega ao DF, em sua maioria, tem origem em criatórios de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Norte do Brasil. Outros peixes de água salgada – tanto de pesca de cultivo como de pesca extrativa, como é o caso do salmão – costumam chegar ao DF por transporte aéreo, do Chile, e chegam em temperatura abaixo de -1 grau centígrado, de forma a manter as condições do pescado. Com informações da Agência Brasília