O futebol está de férias no Brasil.
Acontece.
Todo trabalhador – e o jogador de futebol é um trabalhador – tem direito a 30 dias de férias, todos os anos. Está na lei.
Mas para quem ama o danado do futebol, ficar um mês inteiro apenas olhando os jogos dos outros…
Nesta quarta-feira, por exemplo, tivemos praticamente uma rodada inteira do Campeonato Inglês.
Digo praticamente porque uma partida ficou para esta quinta-feira (Southampton x West Ham).
E isso depois de dez jogos terem sido realizados sexta, sábado e domingo (antes do Natal), outros dez estarem programados para sábado e domingo que vêm, e mais estarem previstos para terça, quarta e quinta da próxima semana – isso mesmo, dia 1º de janeiro a Inglaterra irá nos brindar com três jogos de seu torneio nacional.
Não é espetacular?
Além do frio, da neve, das ruas iluminadas, o turista que estiver viajando pelas terras da rainha terá direito a futebol no dia 1º de janeiro.
Poderá curar a ressaca esfregando as mãos e gritando pelos gols de seu time.
Enquanto isso, por aqui…
Repito: sei e defendo as férias para todos os trabalhadores.
Gostaria, porém, que me explicassem: neste ano que está se acabando, os torneios de futebol foram interrompidos.
Não seria justo que a interrupção fosse considerada como férias?
Se não integralmente, pelo menos uma parte?
Não estou sendo cruel com ninguém, não, mas…
O pior, ou sendo mais prático, o mais curioso, é que times que encerraram suas atividades mais cedo, já estão se preparando.
Sim, só se mantiveram em atividade as equipes da Série A nacional. As demais já estavam de férias.
Se entraram mais cedo, voltam antes – e por isso temos, pelo menos no início da temporada, alguns disparates com resultados estranhos acontecendo.
Antes de me acusem de feitor ou escravocrata, vou voltar ao tema da coluna: a inveja por ver outros países com seu futebol e nós aqui, chupando o dedo.
Quem tem o prazer de assinar as chamadas tevês a cabo poderá, no dia 1º, enquanto espera o enterro dos ossos do reveillon ir para a mesa, curtir nada menos do que quatro partidas seguidas do Campeonato Inglês.
Não é um torneio de várzea qualquer, é um dos principais campeonatos do mundo.
Tenho ou não o direito de sentir inveja?
Mercado
Não dá para falar muito de movimentação de jogadores enquanto o mercado europeu não for aberto, na chamada janela de janeiro.
Pode-se, porém, avaliar algumas situações no mínimo curiosas.
O Flamengo, com dinheiro, diz que tentou Felipe Mello, do Palmeiras – que também está com grana.
Não levou, pelo menos até agora.
O rubro-negro diz que quer Gabigol, cujo empréstimo ao Santos está terminando.
Diz que quer, mas não faz oferta – diz que quer, mas não faz oferta. Pelo menos que se saiba.
Especulam, ainda, os cartolas rubro-negros, o retorno de Wagner Love. Tão veterano quanto Felipe Mello.
O Grêmio diz que quer negociar Luan com o Cruzeiro, numa troca por Thiago Neves e mais uma grana. Ou jogadores.
Mas… Não era Luan, até uns quatro meses, a joia da coroa gremista? O jogador que iria render mundos e fundos?
Estranho, não é mesmo?
Será que algo aconteceu na relação entre o treinador Renato Portaluppi e a ex-estrela?