Chega hoje aos cinemas Alice Através do Espelho, que conta a nova aventura da menina criada pelo escritor inglês Lewis Caroll (1832-1898). Agora, a jovem tem a missão de recuperar a força do Chapeleiro Maluco. O filme é continuação do colorido Alice no País das Maravilhas, dirigido por Tim Burton em 2010, que levou 5,2 milhões ao cinema no Brasil.
Alice cresceu, virou capitã de um navio na Inglaterra e saiu mundo afora em pleno século 19. “O único jeito de alcançar o impossível é acreditar que é possível”, diz a personagem principal. As aspas de Alice valem também para o trabalho de James Bobin (Os Muppets), novo diretor da sequência. Ao assumir o mundo de Burton, que dessa vez assina apenas a produção executiva do longa, Bobin não subverteu, tampouco comprometeu a obra original.
De volta
Na trama, Alice tem a chance de retornar ao Mundo Subterrâneo, levada por Absolem (Alan Rickman). Ela já não é mais a criança de Alice no País das Maravilhas, e está mais madura e experiente. No mundo, ela reencontra os amigos Coelho Branco (Michael Sheen), Gato Risonho (Stephen Fry), Dormidongo (Barbara Windsor), a Lebre de Março (Paul Whitehouse) e o Chapeleiro Maluco (Johnny Deep).
O chapeleiro já não é mais o mesmo. Transtornado por não saber o que houve com a sua família, está mais maluco do que nunca. Para salvar o amigo, Alice deve encontrar o Tempo, interpretado por Sacha Baron Cohen, famoso pela comédia Borat. Ele guarda a Cronosfera, bola metálica que pode fazer com que Alice volte no tempo e recupere a estima do Chapeleiro Maluco. Ela terá, no entanto, de enfrentar a malvada Iracebeth –Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter), que pretende roubar a Cronosfera.
Todo o elenco original, com Mia Wasikowska, Depp, Anne Hathaway e Helena Bonhan Carter, está de volta, atuando com as animações do primeiro longa.
A ideia de levar Alice de volta ao País das Maravilhas usa o velho recurso da viagem ao tempo. Foi a solução encontrada para ligar os contos soltos e sem conexão do segundo livro sobre as aventuras de Alice escrito em 1871 pelo britânico Lewis Caroll, no qual o filme se baseia.
Saiba mais
Em 2010, Alice no País das Maravilhas conquistou grande sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$ 1 bilhão no mundo inteiro.
Como curiosidade, uma série de flashbacks mostra como a rainha vermelha passou a ter aquele cabeção que está por trás de toda a sua maldade.
Peppa Pig chega às telonas
Porquinha mais querida da criançada, Peppa Pig faz sua estreia nos cinemas. O filme Peppa Pig: As Botas de Ouro e Outras Histórias reúne nove episódios inéditos (de cinco minutos cada) e um especial de 15 minutos, As Botas de Ouro. Na trama deste último, vemos a senhora Pata se apaixonar pelas botinhas “douradas” especiais de Peppa. Após a personagem fugir com elas, Peppa precisa contar com a ajuda de seus amigos, da Mamãe Pig, do Papai Pig, de George e do Avô Coelho para resgatar as tais botas. A porquinha rosa e sua turma viajam por terra, mar e até ao espaço para localizar o calçado antes de uma importante competição de pulos em poças – atividade favorita de todos os personagens da animação. Divertida e leve, a compilação de histórias é uma ótima oportunidade de fugir das reprises do desenho exibidas na TV por assinatura. Boa sessão! (Andréia Castro)
Suspense de Jodie Foster prende atenção
Sérgio Alpendre
Especial para o Jornal de Brasília
Uma entre tantas qualidades de Jogo do Dinheiro, quarto e melhor longa dirigido por Jodie Foster, é a capacidade de prender nossa atenção. São 98 minutos em que não desgrudamos os olhos da tela, apesar (ou antes, por causa) dos acontecimentos bizarros que se acumulam durante a projeção.
Na trama, George Clooney é Lee Gates, apresentador arrogante e mulherengo de um programa de dicas para investimentos financeiros. Fiel à lei implícita de que quase tudo nos Estados Unidos deve ser tratado como espetáculo, Lee realiza coreografias desengonçadas, ensaia versos de rap e esmurra botões que ativam pequenas piadas visuais. Então, Kyle Budwell (Jack O’Connell), um entregador, invade o estúdio com um colete cheio de explosivos e obriga o apresentador a colocá-lo. Carrega numa mão um detonador e na outra um revolver, e por isso consegue que façam tudo o que quer. Sua motivação é simples: vingança. Ao seguir um dos conselhos de Lee, Kyle perdeu todas as suas economias.
Dentro da cabine dos monitores está a diretora do programa, Patty Fenn (Julia Roberts), também implicada na situação e com quem Lee tem uma relação temperada por uma disfarçada atração, além de certa intolerância mal explicada.
A engenhosidade do roteiro de Jamie Linden, Alan DiFiore e Jim Kouf é valorizada pela direção segura de Foster. Os caminhos narrativos são quase sempre muito bem construídos e filmados. Jogo do Dinheiro é surpreendentemente um dos maiores filmes americanos de 2016.
