Após circular por nove cidades brasileiras e conquistar um público de mais de 70 mil pessoas, a aclamada montagem de Três Mulheres Altas, escrita por Edward Albee, chega a Brasília no Teatro UNIP com sessões amanhã (11) e domingo (12). Com direção de Fernando Philbert e um trio de atrizes consagradas, Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, o espetáculo mergulha com ousadia e sensibilidade em um acerto de contas entre três gerações femininas, oferecendo ao público uma reflexão potente e divertida sobre o envelhecer.
Vencedora do Prêmio Pulitzer, a peça escrita no início dos anos 90 consolidou-se como um clássico da dramaturgia contemporânea, reconhecida pelo humor cortante característico do autor. Em cena, três mulheres são identificadas apenas pelas letras A, B e C: A (Ana Rosa), uma senhora de mais de 90 anos que embaralha memórias e vivências em seus últimos dias; B (Helena Ranaldi), a cuidadora que representa a maturidade; e C (Fernanda Nobre), uma jovem advogada responsável pelos bens da idosa. Entre conversas, choques e confrontos, o texto revela a complexidade do tempo e a forma como o vivenciamos em cada etapa da vida.

“A grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo e também a forma com que lidamos com o envelhecimento”, analisa o diretor Fernando Philbert. “O texto do Albee nos faz refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que também já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que nós fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos”, complementa.
Para Helena Ranaldi, que interpreta a mulher na fase intermediária da vida, o espetáculo toca em questões universais e profundamente pessoais. “Existe sim um grande preconceito das pessoas que vão envelhecendo, que as pessoas têm um olhar equivocado para essa fase da vida, que é um olhar de que a pessoa não tem mais função. Eu discordo completamente disso”, afirma a atriz.
A identificação com o papel vai além do palco. “Eu tenho uma mãe que tem 87 anos e um pai que tem 88. Na peça, minha personagem cuida de uma senhora de 92 anos. E muitas vezes esse lugar é muito… é um lugar que eu conheço”, relata Ranaldi. “A peça me traz muito essa questão da vida, da passagem do tempo. São temas muito importantes e que dizem respeito a todos nós. Ela me faz refletir muito sobre esses temas.”

Com humor e empatia, Três Mulheres Altas almeja tocar fundo nos espectadores ao provocar não apenas com suas falas afiadas, mas com a humanidade de suas personagens. “O quanto as pessoas se identificam e [a peça] provoca realmente uma reflexão sobre várias questões… ao mesmo tempo é um texto que diverte porque tem bastante humor. Eu tenho gostado muito de estar no palco com essa personagem e com esse texto tão potente”, finaliza Ranaldi.
Serviço
Espetáculo: Três Mulheres Altas
Quando: 11 de outubro (sábado), às 20h; 12 de outubro (domingo), às 17h
Onde: Teatro UNIP, SGAS I SGAS 913 – Asa Sul
Ingressos no site
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 90 minutos