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Rapper de Brasília conta história da carreira e fala sobre novos projetos

Arquivo Geral

09/05/2016 18h42

Atualizada 02/08/2016 17h22

Rosana Jesus
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“Sonhar não é o bastante, tem que ter atitude”, essa é a frase definida como lema pelo rapper brasiliense Paulo Rogério Gomes de Oliveira, conhecido como “Rei”. Após passar por diversas dificuldades, ainda na adolescência, o artista de 40 anos conta a história baseada na experiência de uma vida protagonizada nas periferias do Distrito Federal. Para ele, o rap representa estilo de vida, amor e ganha-pão.

No movimento hip hop há 28 anos, Rei começou a carreira com 12 e, mesmo não tendo o apoio da família, sempre seguiu o seu sonho. “Quando se trata de família é complicado, porque os pais traçam planos para a gente e nem sempre é do jeito que eles querem”, conta o artista. “Minha mãe queria que eu fosse engenheiro e meu pai que eu me formasse para ter um bom emprego. Ela não viveu o suficiente para ver o que me tornei, meu pai sim”.

O artista lembra da adolescência e fala sobre a ausência da mãe, que faleceu quando tinha apenas 11 anos. “Fui criado por meu pai, homem honesto que trabalhava doze horas por dia e quase não tinha tempo para ficar comigo”, lembra.  “Quando eu não estava na escola, estava na rua. Foi quando conheci o crime e me especializei em furto no interior de veículos para roubar toca-fitas, daí veio o apelido ‘Rei’. Rei dos toca-fitas”.

A carreira

rap é a única ocupação desde os 17 anos e desde 1992, o brasiliense faz shows remunerados. “Comecei como vendedor em uma loja de rap, depois virei gerente da mesma, que se tornou o maior selo independente do rap nacional no Brasil, a ‘Discovery'”. Rei também já foi dono de loja e camelô de produtos de rap. “Quando largamos escola e emprego fixo para buscar um sonho, todos ficam apavorados”.

Rei, inicialmente, fazia parte do grupo “Cirurgia Moral” com os rappers Kalako, Djs China e W. Ele conta que entrou na cultura por se identificar com os elementos do hip hop. “Era comum ver MCs, grafiteiros ou dançarinos de break e discoteca, logo me fascinei no som americano da época como Kurtis Blow eThe Boogie Boys. Depois que ouvi em português, achei da hora  e comecei a compor”.

Rei também foi professor em uma ONG na Cidade Estrutural, onde ensinava rimas e a origem do rap. Hoje, além de cantor e compositor, ele  produz as próprias canções e de outros rappers do Distrito Federal. Nas apresentações, o sucesso mais pedido é “Farofino”. Por ser um dos representantes do rap mais conhecidos da região, o artista argumenta que um trabalho feito com amor e seriedade sempre traz benefícios, e o reconhecimento é um deles.

Sobre o próprio estúdio, que funciona há um ano e meio, ele revela: “chega um momento na vida do artista que ele mesmo quer botar a mão na massa, e foi o que fiz com as experiências com os melhores produtores do Brasil na aréa do rap, como Dj Raffa, Leandronik, Dj Jamaika e Duck jay. Agradeço a todos que me ajudaram, pois aprendi muito com eles”. O rapper ainda  diz que a inspiração surge de inúmeras situações e que a música é feita do momento em que se vive.

O rapper acrescenta que, ainda neste mês, será lançado um projeto em parceria com a Lídia Dállet e, até o fim do ano, outro disco solo. Em 2017, mais um disco do Cirurgia Moral deverá ser lançado. “Em breve, estaremos atacando, também, no cinema”, finaliza.

Assista a um dos sucessos de “Rei –  Tem Sido Assim

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