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Música

Fest Rock reafirma legado do rock autoral neste fim de semana

Segunda edição do festival reúne 16 atrações independentes, de diferentes vertentes do rock, com entrada gratuita no Eixo Cultural Ibero-Americano

Alexya Lemos

03/10/2025 5h00

quinta essência

Quinta Essência. Foto: Divulgação

Brasília se prepara para mais um fim de semana de guitarras afiadas e energia coletiva. Neste fim de semana, o Fest Rock Brasília chega à sua segunda edição, desta vez no Eixo Cultural Ibero-Americano. Com entrada franca, o evento vai reunir 16 atrações em dois dias de programação, reafirmando-se como a maior vitrine da produção independente do Distrito Federal e Entorno.

A iniciativa é do Instituto Latinoamerica, em parceria com a Capital do Rock Produções, com direção artística de Philippe Seabra, vocalista e guitarrista da histórica Plebe Rude. Em sua estreia no ano passado, o festival atraiu mais de 3,5 mil pessoas à Torre de TV. Agora, a expectativa é consolidar o espaço no calendário cultural da cidade, fomentando a cena autoral e a profissionalização dos artistas, que recebem cachê de R$ 4 mil por apresentação.

“Estamos construindo um legado. A missão do Fest Rock Brasília é ser o palco de referência para a cena autoral, onde o público pode conhecer novas bandas e os artistas têm a estrutura que merecem”, afirma Atanagildo Brandolt, presidente do Instituto Latinoamerica.

Curadoria democrática e inclusão

A seleção das bandas aconteceu por meio de edital de chamamento público, que recebeu 295 inscrições, das quais quase 250 atenderam aos critérios — ser autoral e do DF ou Entorno. Para a produtora executiva Táta Cavalcanti, da Capital do Rock Produções, o processo buscou a maior representatividade possível.

“Nossa produção tem o cuidado de priorizar o talento do artista autoral como foco principal, sem distinção ou favorecimento, mantendo a inclusão e a diversidade numa curadoria cuidadosa, mediante inscrições em edital de forma simples, para maior acessibilidade”, explica.

A diversidade de estilos reflete o compromisso com a cena local: do indie ao punk, do metal ao experimental. Além das bandas, a programação inclui a DJ Eliane América e apresentações de Marcos Pinheiro e Maria Paula Sato.

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Murderess. Foto: Divulgação

O olhar de Philippe Seabra

Responsável pela curadoria artística, Seabra destaca que a cada edição o festival amplia sua representatividade. “O rock tem inúmeras facetas e, depois de mais de 250 inscritos, a curadoria sente que conseguiu chegar num consenso com bandas do mais alto nível, que carreguem com louvor a bandeira do rock de Brasília”, afirma.

Para ele, oferecer estrutura e visibilidade é essencial para renovar a cena. “Talento tem, e de sobra. Mas se não existirem palcos grandes para propagarem seu som, fica difícil aparecerem herdeiros da geração 1980, que colocou Brasília no mapa cultural nacional”, defende.

O músico ressalta também que o festival é uma resposta ao predomínio das bandas cover nos espaços de música ao vivo. “Não adianta Brasília ser conhecida como ‘Capital do Rock’. Tem que ter bandas que justifiquem a alcunha. Todos os homenageados em tributos já foram desconhecidos um dia. Um desconhecido é um amigo que você ainda não conheceu”, pontua.

Vozes da cena

Entre as bandas selecionadas, a pluralidade é marca registrada. O vocalista Fellipe CDC, da Terror Revolucionário, comemora a oportunidade de levar um som mais extremo para um público maior.

“É importante que o Festival tenha tido esta expertise para mostrar as várias nuances que o rock candango produz e exporta. Para nós, tocar em um lugar público e gratuito é uma forma de levar nossos gritos de revolta para um número maior de pessoas. E nada melhor que esse nosso dinheiro de imposto volte em forma de arte e cultura”, afirma.

Já Mariana Coelho, vocalista da Quinta Essência, banda com duas décadas de trajetória, destaca o reconhecimento do trabalho autoral. “Acreditamos nessa atmosfera genuína, intensa, nessa pegada sensorial que nossas músicas trazem. É um novo espaço de posicionamento para a banda e uma oportunidade de chegar a novos públicos”, diz.

ralé xique
Ralé Xique. Foto: Divulgação

Estrutura e inovação

Para além da programação, a segunda edição do Fest Rock Brasília aposta em recursos técnicos de ponta, como painel de LED para exibição de conteúdos visuais e equipe especializada de som e iluminação, ampliando o impacto das apresentações.

daniela firme
Daniela Firme. Foto: Divulgação

Segundo Seabra, o recurso visual terá função narrativa: “Ao contrário dos mega shows de sertanejo e pagode, não é para distrair o público da pobreza das composições, é para ajudar cada banda a contar a sua própria história”, afirma.

cianuretto
cianuretto

Calendário cultural

Com foco em diversidade, inclusão e profissionalização, o Fest Rock Brasília é espaço estratégico para revelar talentos e conectar o público à produção autoral. Para Seabra, a conexão com o Entorno também é parte central do projeto:

“Houve uma preocupação em representar todas as regiões administrativas e estilos possíveis. O rock do entorno sempre ajudou a definir o som que hoje é conhecido como Rock de Brasília”, lembra.

Confira o line up (por ordem alfabética)

SÁBADO (4/10)

As Verdades de Anabela
ARD
Cassino Supernova
Mota
Passo Largo
Ralé Xique
Quinta Essência
Signo 13

DOMINGO (5/10)

Arandu Arakuaa  
Cianuretto
Daniela Firme
Mandalla
Murderess
Suíte Super Luxo
Terror RevolucionárioYpu

Fest Rock Brasília 2025
Quando: dias 4 (sábado) – 17h a 0h e 5 de outubro (domingo) – 16h às 23h
Onde: Eixo Cultural Ibero-Americano – Setor de Divulgação Cultural – Eixo Monumental
Entrada franca
Classificação indicativa: livre

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