Menu
Entretenimento

Favela Sounds tem programação gratuita com shows, debates e oficinas

Arquivo Geral

14/11/2016 7h55

Larissa Galli
[email protected]

Funk carioca, aparelhagens paraenses, rap nacional, pagode periférico, forró nordestino, kuduro angolano, marrabenta moçambicana e o reggaeton de Porto Rico e Cuba. Essa é apenas uma parte da mistura que o Favela Sounds promete trazer a Brasília a partir de hoje. Realizado em comemoração ao mês da Consciência Negra, o festival tem programação gratuita. Dividido em três etapas, as atividades acontecem em Brasília, Mestre d’Armas, Samambaia, São Sebastião e Ceilândia.

A primeira etapa, denominada Ralação, começa hoje e vai até a próxima sexta, com oficinas profissionalizantes de música, moda, grafite e dança. A segunda, Papo Reto, é voltada a realização de debates sobre temas relacionados à produção cultural de periferia. As conversas acontecem no Auditório II do Museu da República. Na terceira e última etapa, o festival promove um grande Baile, nos dias 18 e 19 de novembro, na Praça do Museu da República.

Serão dois dias de shows com apresentações gratuitas de nomes importantes da cultura afrobrasileira atual, como MC Carol e Baiana System, e de clássicos, como o AraKetu; além de atrações das quebradas do DF. A curadoria do evento buscou unir, em um mesmo palco, nomes que trazem em sua história a luta pela inclusão, diversidade e respeito à cultura de periferia. Entre os artistas também estão Gang do Eletro, Rincón Sapiência e o angolano DJ Ketchup.

Voz do morro

Para MC Carol, o funk e outros ritmos que surgiram na periferia são a voz do morro. “O funk sofre tanto preconceito quanto o samba sofria quando surgiu porque é feito por quem está na comunidade. Samba, rap e funk foram as formas que a gente encontrou para falar o que pensa”, declara. “A música que eu faço vem da periferia. Um festival como esse faz a gente alcançar um público que talvez nunca teria contato com o funk”, completa.

Consciente da responsabilidade que tem em representar as mulheres da periferia, a funkeira carioca diz: “quando os fãs me escrevem falando que se identificam com algo que eu falo, que se sentiram representados, é tudo para mim”.

A cantora se apresenta no primeiro dia de baile, nesta sexta-feira, a partir das 18h, na Praça do Museu.

Mix de hip hop, música afro e ritmos latinos

Outra presença feminina marcante no evento é o trio brasiliense Duafe. Débora Carvalho, também conhecida como DJ Donna, é a responsável pelos sets inspirados no afrohouse e na música negra. O grupo conta com a percussão de Larissa Umaytá e com a performance de Joceline Gomes. “Duafe traz em sua essência a cultura afro de raiz e segue a linha da música negra, promovendo uma interatividade com o público por meio da música e da dança”, explica Donna.

Para a artista, a diversidade de ritmos presentes no Favela Sounds é uma inovação: “O festival passeia por todos os ritmos negros em 2 dias. É um leque muito grande de artistas e uma curadoria que traz realmente a produção da favela. A maioria dos artistas é negra, uma forma de homenagear a nossa cultura, dar visibilidade e agregar muito para a cena cultural da cidade”.

Para o apresentação, as meninas prepararam uma mistura de funk batidão carioca e afrohouse, com influências dos orixás e das batidas do candomblé. “Adicionar percussão ao live do afrohouse é uma forma de firmar a cultura negra e nossa ancestralidade”, declara Donna. Elas se apresentam na próxima sexta-feira, a partir das 18h.

Vera Veronika, primeira mulher do DF a assumir o rap como profissão, e DJ Chokolaty também estão entre os representantes locais.

O palco da primeira edição do Favela Sounds também recebe o show do Baiana System, banda soteropolitana que propõe uma ressignificação da música urbana produzida em Salvador. O grupo trabalha com uma mistura de estilos musicais, entre eles, afoxé, dancehall, pagodão, sambareggae e eletrôinico. O show também acontece na sexta, no Museu Nacional, às 19h.

Favela Sounds

De hoje a sábado, em vários horários. No Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios) e em outros pontos do DF. Todas as atividades são gratuitas. Para as oficinas, é necessário realizar inscrição no site favelasounds.com.br. Para os shows, é preciso pedir o ingresso sem custo pelo site. Classificação livre.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado