O novo documentário de Aurélio Michiles, HONESTINO, foi selecionado para o Festival do Rio, um dos principais eventos do cinema brasileiro. A produção revisita a vida de Honestino Guimarães, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e símbolo da resistência contra a ditadura militar, preso e desaparecido em 1973, aos 26 anos.
O filme combina entrevistas, imagens de arquivo e cenas ficcionais estreladas por Bruno Gagliasso, numa linguagem híbrida que aproxima o espectador do personagem e do tempo histórico. Entre os entrevistados estão Almino Afonso, Jorge Bodanzky, Franklin Martins e Betty Almeida, biógrafa de Honestino. “Nosso propósito é não deixar o personagem congelado numa fotografia antiga, mas torná-lo tangível, vivo. O ontem é hoje e o hoje pode ser o futuro”, explica Michiles.
A motivação do diretor também é pessoal: ele foi amigo de Honestino na juventude e acompanha sua memória desde 1968. O impulso final para a realização do projeto veio após assistir a um vídeo de Lucas, neto de Honestino, na reinauguração da ponte que leva o nome do avô em Brasília.
A estreia ocorre em um momento de renovado interesse do cinema brasileiro pelos anos de chumbo, como se viu em AINDA ESTOU AQUI, de Walter Salles. “Tomara que a história do Honestino possa provocar essa mesma emoção, injetando autoestima e esperança de que existe ainda um Brasil possível”, diz Michiles.