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Cinema

“A Natureza das Coisas Invisíveis” estreia nos cinemas em 27 de novembro

Primeiro longa da diretora brasiliense chega às salas pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras após trajetória premiada em festivais internacionais

Redação Jornal de Brasília

29/10/2025 14h01

a natureza das coisas invisiveis meio amargo capa

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Após conquistar público e crítica em festivais nacionais e internacionais, o longa-metragem A Natureza das Coisas Invisíveis, primeiro filme da diretora Rafaela Camelo, estreia nos cinemas brasileiros no dia 27 de novembro, dentro do projeto Sessão Vitrine Petrobras, voltado à difusão do cinema independente nacional. O trailer oficial acaba de ser lançado.

A produção foi destaque em importantes eventos do circuito internacional, passando pela Seção Generation Kplus do Festival de Berlim 2025, voltada a obras que exploram o olhar da infância e juventude. Entre os prêmios recebidos, estão Melhor Roteiro no 9º Santander International Film Festival – Opera Prima Competition, Melhor Filme do Júri Infantil no 43º Festival Internacional de Cinema do Uruguai, Menção Especial do Júri na competição ibero-americana do 51º Festival de Seattle (SIFF) e o prêmio Outstanding First Feature no Frameline49 – Festival Internacional de Cinema LGBTQ+ de São Francisco.

No Brasil, o longa teve estreia nacional no 53º Festival de Gramado, onde conquistou três prêmios: Prêmio Especial do Júri, Melhor Atriz Coadjuvante (Aline Marta Maia) e Melhor Trilha Sonora (Alekos Vuskovic). A obra também encerrou o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, integrou a 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e, em novembro, participa da competição oficial do Festival Mix Brasil.

Amizade, despedidas e descobertas

Filmado entre o Distrito Federal e o interior de Goiás, A Natureza das Coisas Invisíveis é um coming of age sobre amizade, luto e o mistério da vida. Durante as férias de verão, Glória e Sofia, duas meninas de dez anos, se conhecem em um hospital e, unidas pelo desejo de fugir daquele ambiente, embarcam em uma jornada de descobertas e despedidas, atravessando temas como morte, identidade e afeto.

Para a diretora, o filme nasce de uma curiosidade que a acompanha desde a infância. “Guardo uma lembrança muito nítida de, quando criança, sentir curiosidade sobre a morte e, ao mesmo tempo, me sentir estranha por isso. Havia perguntas que eu não tinha liberdade de fazer”, conta Rafaela.

Essa inquietação infantil estrutura a narrativa, dividida em duas partes — uma ambientada no hospital e outra em um refúgio no interior goiano.“É como se o próprio filme precisasse morrer para outro nascer. Essa transição é a metáfora central da história”, explica.

A trajetória de Sofia conduz boa parte da narrativa e aborda, de maneira delicada, a questão da identidade de gênero. “O luto de Sofia é também uma despedida simbólica de uma identidade que já não existe. Quis apresentá-la como qualquer outra criança — curiosa, esperta, cheia de desejos e medos, antes de qualquer rótulo”, afirma a cineasta.

Rafaela destaca ainda o sentimento de retorno ao público brasileiro após o circuito internacional.“Mesmo com elementos muito brasileiros, o filme tem se comunicado com pessoas de diferentes países. Falar sobre a morte a partir da beleza de estar vivo parece tocar profundamente o público. Mostrá-lo agora no Brasil é compartilhar essa história com quem ela, de certa forma, sempre pertenceu”, celebra.

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