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Verstappen tenta acabar com reinado de Hamilton e da Mercedes na Fórmula 1

Contra o piloto da Red Bull estão quatro troféus consecutivos do inglês e sete seguidos da equipe alemã no Mundial de Construtores

Redação Jornal de Brasília

12/12/2021 7h53

Max Verstappen tenta hoje, no GP de Abu Dabi de Fórmula 1, alcançar objetivo que pilotos mais experientes que ele, como o tetracampeão Sebastian Vettel e o bicampeão Fernando Alonso, não conseguiram: acabar com a hegemonia de Lewis Hamilton e da Mercedes. Contra o piloto da Red Bull estão quatro troféus consecutivos do inglês e sete seguidos da equipe alemã no Mundial de Construtores.

A missão ingrata do holandês de 24 anos terá início às 10 horas (de Brasília), no Circuito de Yas Marina. Para se tornar o mais novo campeão da F-1 e devolver a Red Bull ao topo, ao menos no Mundial de Pilotos, só precisa chegar na frente de Hamilton. Ou torcer para o inglês não somar pontos. Se os dois não completarem a prova, Verstappen fica com o troféu porque leva vantagem nos critérios de desempate – tem 9 vitórias contra 8 do britânico -, pois ambos chegam para a última corrida com a mesma pontuação: 369,5.

Em segundo lugar no Mundial de Construtores, a Red Bull tem menos chances de levar este título. Soma 559,5 pontos, contra 587,5 da Mercedes. A equipe alemã pode, portanto, se sagrar campeã de Construtores e perder o Mundial de Pilotos. Neste caso, alcançaria o oitavo título seguido, ampliando o seu próprio recorde.

A seu favor, Verstappen tem uma controversa ousadia nas pistas e uma sólida evolução, contando com diversos “saltos” na carreira. O próprio título seria mais um deles em sua trajetória. Ele terminou 2020 e 2019 na terceira posição. Se confirmar o título neste ano, se tornará o primeiro novo campeão desde que o alemão Nico Rosberg superou o mesmo Hamilton em 2016.

O piloto holandês pode virar o quarto mais jovem campeão da história, com 24 anos e dois meses de vida. Estaria atrás do alemão Sebastian Vettel (23 anos), do próprio Hamilton (23) e do espanhol Fernando Alonso (24), todos contemporâneos na categoria.

A precocidade acompanha Verstappen desde o kart. Ele é filho de pilotos. Jos Verstappen correu na F-1 por oito temporadas, entre 1994 e 2003, por sete equipes diferentes. Nunca venceu corrida ou brigou por títulos. Mas ajudou a impulsionar o gosto do filho pela velocidade, com ajuda da mãe, Sophie, ex-pilota de kart.

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Max nasceu e passou boa parte da infância na Bélgica, país de sua mãe. Mas adotou a Holanda por influência do pai e porque estava sempre cercado por holandeses. Aos 6 anos, começou no kart. Mas logo começaram pequenos “saltos” em sua trajetória. Dois anos depois, já vencia campeonatos.

Em 2013, aos 15, venceu quase tudo o que podia na categoria. Na temporada seguinte, deu o primeiro grande salto. Foi competir na Fórmula 3 Europeia sem fazer transição do kart para os carros de fórmula – geralmente, os pilotos competem na F-4. No mesmo ano, sem passar perto da F-2, virou piloto reserva da Red Bull na F-1. E ganhou a oportunidade de participar de um treino livre no GP do Japão.

Ele foi para a pista três dias após completar 17 anos. Tornou-se o mais jovem da história a pilotar um carro da F-1. Em 2015, virou titular da Toro Rosso e o mais novo a estar no grid da categoria. A precocidade era tanta que a F-1, por segurança, tornou mais rígidas as regras para futuros pilotos obterem a Superlicença, o documento que permite competir no campeonato.

Sua primeira temporada foi discreta. Mas, em 2016, novo salto. Ele trocou a Toro Rosso pela Red Bull no meio do campeonato. Substituiu o russo Daniil Kvyat. Curiosamente, anos depois ele se tornaria namorado da brasileira Kelly Piquet, com quem Kvyat foi casado e tem uma filha. A equipe maior trouxe os primeiros pódios ao holandês, que chamou a atenção pela precisão no GP do Brasil daquele ano. Ele não se intimidou diante da forte chuva, fez seguidas ultrapassagens e terminou em terceiro. As comparações com Ayrton Senna foram inevitáveis.

A evolução foi constante ao longo das temporadas seguintes. Mas sempre longe da briga pelo título, em razão do forte domínio da Mercedes. Para este ano, Verstappen soube aproveitar as mudanças promovidas no carro da Red Bull, com o motor Honda, e oscilou entre o primeiro e o segundo lugar durante toda a competição.

Os bons resultados colocaram o jovem holandês em evidência. Declarações polêmicas, que antes passavam quase despercebidas, ganharam força. Em 2017, por exemplo, criticou Felipe Massa ao alegar que o brasileiro teria atrapalhado sua volta rápida em treino do GP do Bahrein. “Bom, ele é brasileiro, então não há muito o que falar”, dissera o holandês.

No ano seguinte, deu seguidos empurrões no francês Esteban Ocon, retardatário no GP do Brasil, por conta de um toque que o impediu de vencer. Verstappen foi punido com “serviços comunitários” pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Em 2021, entre críticas a Hamilton, com direito a xingamentos na pista e dedo médio flagrado pelas câmeras do carro, afirmou que a melhor coisa que havia “comprado’’ na vida era sua namorada, Kelly, filha do tricampeão Nelson Piquet.

RELAÇÃO COM O BRASIL

Verstappen venceu apenas uma vez o GP brasileiro, em 2019. Mas está acostumado a grandes performances em Interlagos. Fora da pista, sua relação com o Brasil cresceu no ano passado, quando começou a namorar Kelly. Com ela, visitou os Lençóis Maranhenses e conheceu Brasília, em novembro, quando visitou o sogro.

“O que eu tento entender melhor é a língua. É um pouco difícil para mim”, admitiu o piloto ao responder ao Estadão em Interlagos. O holandês evita se arriscar nas palavras em português. Mas abre um sorriso ao falar dos pratos apresentados pela namorada. “A carne daqui é muito boa. A comida em geral é muito boa”, reforça.

Como o pai, Max se tornou famoso no circuito pelo seu jeitão “direto ao ponto”. Em São Paulo, ao ser questionado sobre os conselhos que Piquet teria lhe dado na briga pelo título, ele surpreendeu. “Não falamos sobre isso porque não preciso de conselhos. Sei o que fazer no carro.”

Estadão Conteúdo

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